segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

MORENO E DURVINHA

MORENO E DURVINHA
Clerisvaldo B. Chagas, 22 de janeiro de 2012

         Para quem aprecia histórias de cangaceiros, por certo ficou de queixo caído quando nos últimos anos os pesquisadores descobriram Aristeia. É que no arrastão das pesquisas, puxaram na rede do casal Moreno e Durvinha que passou a ser simpático ao público pela idade avançada e lucidez. A cangaceira alagoana Aristeia, antes, forçada pelas circunstâncias, deixou Capiá da Igrejinha, entrou com alguns familiares no grupo do cangaceiro Moreno, passando a atuar quase somente no sertão de Alagoas. Para quem não sabe, Moreno (não confundir com outro cangaceiro chamado Mané Moreno, considerado o mais mole do bando) tinha vontade de ingressar na polícia, mas foi mais de uma vez rejeitado em outros estados por ser baixo e franzino. Com sua frustração às costas, José Antonio Souto, deixou o seu Pernambuco e veio para Santana do Ipanema, Alagoas, onde começou a trabalhar de barbeiro na cidade e, no campo, de agricultor. Na roça, recebeu uma visita do célebre cangaceiro do estado maior, Virgínio, cunhado de Virgolino, que pedia duzentos mil reis ao patrão de José Antonio, através de carta. Aconselhado por José Antonio, o proprietário deu o dinheiro aos bandidos. Souto foi convidado para acompanhar o bando e, frustrado no lado policial, aceitou convite e entrou no cangaço pelo subgrupo de Virgínio.
          Virgínio tinha como companheira a baiana Durvalina Gomes de Sá, conhecida como Durvinha. Logo que Moreno ingressou no cangaço, dois ou três dias depois, Virgínio trouxe um “presente” para ele. Era um prisioneiro. Compreendendo que aquele era seu teste, Moreno sentiu que morreria se falhasse e assim matou o preso para satisfação do subgrupo. Virgínio pediu para que todos os outros cangaceiros o chamassem de Moreno. Logo, logo, também surgiu a oportunidade de um tiroteio onde Moreno se sobressaiu. Passou a ser de confiança. Com pouco tempo Virgínio foi emboscado e morto em Pernambuco assim que saiu de Alagoas, onde acabara de praticar um crime na região de Água Branca. Havia uma lei no cangaço que ao ficar viúva, a ex-companheira teria que escolher dentro do bando um novo parceiro. Jamais poderia ir embora. Foi assim que Durvinha passou a pertencer pelo resto da vida a Moreno. Pelo resto da vida, porque o casal sobrevivera a Angicos e abandonara o cangaço fugindo pelas caatingas até atingir Minas Gerais, onde viveu disfarçado até à velhice.
         Moreno e Durvinha foram os penúltimos cangaceiros, perdendo somente por questões de dias, de Corisco e Dadá, os últimos. Durvinha faleceu primeiro, depois Moreno, após ganharem notoriedade na televisão, Internet e no mundo dos pesquisadores do cangaço. Foi com Moreno e Durvinha que a outra cangaceira Aristeia viu morrer seu companheiro nas caatingas de Alagoas. Entregue a polícia, Aristeia depois foi solta graças a pessoas influentes como Pedro Gaia, prefeito de Santana e Pedro Agra, comerciante na mesma cidade. Aristeia achava Durvalina, sua amiga, a mulher mais bonita do bando. É fácil hoje encontrar a história de Aristeia, MORENO E DURVINHA.  

  











Link para essa postagem
http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2012/01/moreno-e-durvinha.html

Um comentário: