quarta-feira, 6 de junho de 2018

O MOTEL DE SÃO JOSÉ


O MOTEL DE SÃO JOSÉ
Clerisvaldo B. Chagas, 7 de junho de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1917
12 anos abandonado. (Foto: B.Chagas).

Perdão, amigo. Não quisemos dizer que o motel pertence a São José, mas ao Bairro São José. Até porque o pai de Jesus sempre foi citado como um homem trabalhador, cidadão de bem e merecedor do seu papel na história. E quando falamos em Bairro São José, estamos nos referindo ao bairro humilde, zona oeste de Santana do Ipanema, Alagoas. O lugar teve início com um conjunto habitacional da COHAB, onde havia uma vasta plantação de agave, em algumas regiões denominada sisal. Do agave se faz a corda, bastante fabricada e em uso nos interiores. Com a expansão do bairro surgiu o Posto de Saúde São José que atende também às pessoas do Clima Bom, Barragem e Camoxinga. Atualmente o posto funciona em prédio particular onde aguarda há 12 anos a conclusão do edifício próprio, seu vizinho.
Foi essa espera de 12 anos que o tempo fez cobrir de mato, trazendo, cobras, ratos, baratas e mosquitos para o terreno. Enfrentando esses bichos todos, a marginalidade fez do prédio um motel clandestino e esconderijo arretado, onde o lixo fazia a proteção.
Ontem, para surpresa da comunidade, homens e máquinas trabalhavam no prédio abandonado. Enquanto uns extirpavam o matagal, outros rebocavam o muro externo, trazendo uma expectativa alentadora de sertanejo: “agora a coisa vai”, diziam os passantes.
Na verdade, além da extirpação da mazela que provoca insegurança a todos, o Posto de Saúde São José poderá trazer mais dignidade aos moradores da região. Médicos e funcionários precisam de um lugar decente para atendimento. A clientela precisa o mínimo de conforto enquanto aguarda a sua vez.
O Posto de Saúde poderá também ser ponto de referência importante, tanto para a Medicina quanto para o orgulho/cidadão. Irá se juntar aos outros nomes de peso no Bairro, como a Escolas Professora Helena Braga, Durvalina Pontes, Corpo de Bombeiros e à própria Igreja de São José.
Esperamos comparecer à inauguração, pois “águas passadas, não movem moinho”.

12 anos de abandono. (Foto: B. Chagas).


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