CACETE NOS ÍNDIOS
Clerisvaldo
B. Chagas, 12 de junho de 2018
Escritor Símbolo do
Sertão Alagoano
Crônica 1.920
Vejamos uma
notícia de Palmeira dos Índios, a “Princesa do Agreste”, em Alagoas. A reportagem é do site Tribuna de Alagoas, matéria
de ontem (11):
“Os índios da aldeia Mãe Serra Capela estão neste
momento na sede da Secretaria de Estado da educação (Seduc) reivindicando mais
uma vez a construção da Escola Estadual Indígena Cacique Alfredo Celestino.
De acordo com o povo indígena Wakonã Xucuru Kariri,
há 15 anos que o estado não cumpriu com a estrutura física solicitada.
‘Temos mais de 300 alunos indígenas distribuídos nos
três turnos. Eles estudam de maneira improvisada, em vários locais espalhados
pela própria comunidade. Essa situação vem se arrastando ao longo desses anos’,
conta um representante da aldeia”.
A situação em Palmeira dos Índios é repetitiva em
todos os estados da federação. Pense como sofrem brancos e negros na luta por
um simples posto de saúde ou uma escola decente em suas comunidades. E se
brancos e negros padecem desse mal, quanto mais os indígenas que são mais
isolados em aldeias. Os quilombolas, isto é, os descendentes de escravos
negros, também são os últimos no recebimento de benefícios governamentais.
Todos nós brasileiros sabemos para onde vai o dinheiro de imposto do cidadão. E
os pontos mais vulneráveis da sociedade vão alimentando os ladrões de gravata
que sempre se aperfeiçoam nos dribles garrinchianos da corrupção. No caso de
quilombolas e indígenas, estão sempre nos poços das precisões.
Os indígenas de Palmeira dos Índios arrasaram na
novela da Rede Globo em cenas no Velho Chico. E se nota máxima fosse à nota
mil, eles mereceram muito mais do que isso, quando emocionaram a plateia
brasileira através da telinha. Pareciam atores verdadeiros e bem treinados. Ah,
só por isso já mereciam essa escola para 300 alunos que reivindicam há 15 anos,
quanto mais por outras e outras coisas que honram a “Princesa do Agreste”.
Esperamos que o governo do estado se sensibilize com o pedido do povo Wakonã
Xucuru Kariri e construa sua escola. Será que é precisa fazer aniversário tal o
rabo do jumento de Santana do Ipanema?
É complicado...
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http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2018/06/cacete-nos-indios.html
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