APA: ANTES TARDE DO QUE NUNCA
Clerisvaldo B. Chagas, 5
de junho de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Entre a
modernidade devastadora e a cumplicidade ignorante, vai o Sertão com o Brasil
perdendo sua vegetação nativa. Aqui, acolá se ouve sobre a ação benéfica do
homem, como um pedido de oração que demora. Um socorro que poucas vezes ou
nenhuma vem à frente do problema, mas sempre chegando por trás como galo de
terreiro. Sem contar com o incentivo governamental que ocorreu nos anos 60 sobre
o desmatamento. Mas como tudo em nosso país é devagar e troncho, anuncia-se a
criação da APA da serra da Caiçara, cuja parte do lombo mais significativo
encontra-se no município de Maravilha. Ainda bem que pelo menos se conserva o
antigo nome Caiçara, já chamado de serra da Maravilha.
A serra da
Caiçara possui 839 metros de altitude e só perde para a serra da Santa Cruz e a
serra da Onça, novo ponto culminante de Alagoas, também no Sertão. A criação da
Área de Proteção Ambiental – APA visa proteger o que ainda resta da área da
serra do citado município e áreas dos municípios vizinhos como Canapi, Ouro
Branco, Poço das Trincheiras e Santana do Ipanema. Com esta ação do IMA, poderá
acontecer a proteção tanto da fauna quanto da flora ainda existente, extensiva
aos mananciais e sítios arqueológicos. Quando existe total proteção do estado o
empreendimento é bem-vindo, mesmo em muitos casos de desmatamentos que arrasam o
bioma caatinga. Antes tarde do que nunca.
Outras serras
sertanejas são mais modestas e giram em torno dos 500 aos 700 metros de
altitude. Entretanto, são montanhas importantes e arrojadas que exercem no
bioma as mesmas funções da serra da Caiçara. Possuem as últimas reservas de
caatinga, refugiam os animais, são nascentes de riachos, pulmão verde das
cidades próximas e fontes de pesquisas para inúmeras áreas do Saber. Algumas
são usadas pelo homem para instalação de aparelhos de comunicação e possibilidade de
usinas eólicas.
Atualmente, as
serras do Sertão vão aos poucos sendo descobertas para caminhadas, paisagismo e
escaladas que não sendo sob controle, podem afetar ainda mais a situação
ambiental.
E sobre a
serra da Caiçara, o tempo trará os resultados.
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