CORDÃO DE SÃO FRANCISCO
Clerisvaldo
B. Chagas, 16 de dezembro de 2019
Escritor Símbolo do Sertão
Alagoano
Quando criança, nas minhas
incursões pela caatinga bruta, capoeiras e margens de riachos, treinava na
escola da vida com os matutos. Aprendi, entre outras coisas, a descascar laranja
com as unhas, a fazer flauta de caule de abóbora, comer das cercas de arame o
melão-de-são-caetano, brincar com o chumbinho e o fio-de-ouro, identificar os
indivíduos da fauna e da flora. Entre os vegetais, gostava de sugar flores
daquilo que sempre chamei de espinheiro. As flores longas e amarelas que
rodeavam o núcleo cheio, pontiagudo e macio pareciam com espinhos. Fazia igual
ao beija-flor (colibri, bizunga), degustando o néctar, gostoso, de ínfima quantidade.
E somente agora, compadre venho a descobrir nome e serventia da planta formosa
do Sertão.
Conheci que o espinheiro, por mim chamado, tem
o nome de cordão de frade ou cordão de São Francisco. Sua espécie é a Leonotis nepetaefolia, pertencente à família
Labiatae. Originária da África pode ser encontrada na Ásia e em toda a América.
Mas a surpresa não estava somente aí. Diz a botânica: suas propriedades são
ótimas para problemas de rins, aliviam os gases, indicadas para dores
abdominais, aliviam a circulação do sangue, desincha o pé, auxiliam nos
problemas de estômago, cólica, fraqueza, reumatismo, cistite, nevralgias, febre
e malária. Ajuda criança a aumentar os glóbulos vermelhos, reforça as defesas,
ajuda problemas respiratórios como asma, infecção pulmonar, rinite e sinusite.
Limpa os pulmões, reduz o catarro, curar tosse seca e dores de garganta.
Será que o nosso saudoso amigo
Ferreirinha, cantor e mateiro, também sabia disso? Bem que ele publicou um
folheto – era garrafeiro – sobre as curas pelas plantas. A última vez em que vi o meu espinheiro foi
no pátio de terra da Escola Estadual Professora Helena Braga das Chagas. Ao
avistá-lo recordei a adolescência, mas só agora conheço os seus benefícios. Não
sou eu quem recomenda os seus chás.
Se fumado, o cordão de São
Francisco tem o mesmo efeito da maconha.
Ô Sertão arretado! “É morrendo e
aprendendo”, comadre, com hífen ou se hífen
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