ESPAÇO CUMMER
Clerisvaldo B. Chagas, 22 de julho de
2020
Escritor Símbolo do
Sertão Alagoano
Crônica: 2.350
Com o êxito total alcançado na manutenção da
Feira da Agricultura Familiar, em Santana do Ipanema, foi lançada uma ideia
simples, mas de ótimo efeito gastronômico. Ouvi inúmeras pessoas se convidando
para o “Espaço Cummer” e me perguntava na solidão do confinamento, o que
tem de tão gostoso nesse espaço criativo? Consultei, então, o Secretário de
Agricultura, Meio Ambiente e mais uma porção de coisas, agrônomo Jorge Santana,
que me respondeu o seguinte:
“O Espaço Cummer é uma referência matuta
ao Gourmet. Foi uma iniciativa de Dona Rosa, feirante do sítio Serrote
do Bois, quando sugeriu trazer para vender na feira, galinha de capoeira já
cozinhada e xerém de milho. Abraçamos a ideia e hoje é um sucesso com cardápio
variado: mocotó, sarapatel, galinha de capoeira, acompanhado do melhor xerém de
milho bem como cuscuz e arroz diretamente da roça, sabor puramente sertanejo
que nos remete aos tempos dos nossos avós”.
Assim o antigo xerém dos tempos idos, volta com
tudo no Espaço Cummer, para todos os apreciadores da comida grosseira,
forte e deliciosa das roças sertanejas.
A Feira Camponesa cresce e faz circular o
dinheiro nas mãos dos agricultores, na zona rural, no Comércio e nas
prestadoras de serviços do município inteiro. Aumenta a renda do homem da roça,
oferece produtos de qualidade à população, corta o atravessador que promove alta
de preço, além de oferecer um ambiente saudável, camarada e dignamente festivo.
Tudo isso acontece todas às sextas, diante da
EMATER e vizinho à Caixa Econômica. A limpeza e a forma como são apresentados
os produtos, atrai o cliente para essa agricultura sem veneno. Já vimos por ali
produtos especiais para o nosso tempo como banha de porco, ovos de capoeira,
mungunzá e mel de abelha. Aliás, a Feira Camponesa, dá um exemplo de
organização moderna, desde a padronização das barracas a uma higiene que você
raramente vai encontrar na feira tradicional. Esse modelo veio para ficar. O
comerciante da feira do sábado que adotá-lo sairá na frente por um comércio
mais enxuto, mais robusto e mais confiável.
Sinto ainda não puder provar o xerém com
galinha de capoeira de Dona Rosa e fincar os dentes em tantas guloseimas feitas
na zona rural.
(FOTOS; JORGE SANTANA)
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