VIVA
A FEIRA DO PADRE
Clerisvaldo
B. Chagas, 6 de julho de 2020
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.339
Foi o padre Francisco
José Correia de Albuquerque quem instituiu a feira de Santana do Ipanema em dia
de sábado. Assim o milagreiro sacerdote, um dos dois fundadores de Santana, livrava
o encontro semanal aos domingos como estava sendo planejado. Natural de Penedo,
Alagoas, o padre Francisco era muito respeitado pela sua oratória, previsões e
milagres. Homem semelhante ao padre
Cícero Romão Batista que até fora visto pairando sobre as águas. Chamado por
todos de “Santo padre Francisquinho”, construiu a capela que deu origem a
Matriz de Senhora Santana e a cidade de Santana do Ipanema, em 1787. Muito se
tem a dizer sobre esse servo de Deus que não deixou pintura a óleo, nem
fotografia.
Mas voltemos à feira.
Abençoada para o dia consagrado a Maria Santíssima, a feira teve início com
êxito. Progrediu sempre semana a semana, formando verdadeiras multidões no
centro da cidade, enquanto um mar de carros de boi aguardava seus donos nas
areias encardidas do leito seco do Ipanema. Com os poucos automóveis ou nenhum,
os carreiros tinham livre trânsito dentro da própria feira e pegando
mercadorias diretamente nos armazéns: arame farpado, querosene, charque,
ferramentas e mais. A feira se expandiu por becos, ruas e vielas, tornando-se
até mesmo atração nacional no período da Festa do Feijão. Era a feira do sábado
que funcionava como termômetro da economia regional.
Muitas coisas
aconteceram e a feira do Riacho Grande (atual Senador Rui Palmeira) tornou-se
concorrente em tamanho e negócios. Novamente o feijão foi protagonista do
progresso dinâmico do semiárido. Devido a intensidade do trânsito e outros
fatores, a feira foi encolhendo no seu todo e perdeu espaço nas praças
centrais. Os tempos vão fazendo mudanças, mas não sabemos dizer sobre volumes
de negócios, se houve diferença financeira com esses novos alocamentos.
Vamos mostrar três
flagrantes que caracterizaram o passado uma vez que muito já mostramos do
presente.
Vamos beliscar
guloseimas na FEIRA DO PADRE?
Vem comigo.
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