SÓ SE
FAZ O QUE SE PODE
Clerisvaldo
B. Chagas, 14 de junho de 2023
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.905
Sempre
fui atraído pelos nomes das cidades Colônia Leopoldina e Porto Real de Colégio.
Ambas nos extremos de Alagoas, uma no Norte e outra no Sul. Bem que tentei uma pesquisa em Colônia que
fica na região do rio Jacuípe, um dos pontos extremos de Alagoas, fronteira com
Pernambuco. Queria aproveitar para conhecer a antiga Colônia Militar que
recebeu a visita de D. Pedro II e da princesa Leopoldina e hoje tem esse
simpático nome de Colônia Leopoldina. Ao mesmo tempo queria fotografar a famosa
Curva Sul do rio Jacuípe. Não me foi possível apesar de tantos esforços
individuais. Nem comunicação com a cidade de Jacuípe, consegui, na época.
Contudo, consegui levar um grupo de alunos para conhecermos juntos o “ciclo do
peixe”, na cidade de Porto Real de Colégio, Alagoas e Propriá, Sergipe.
Porto
Real, cidade ribeirinha do Baixo São Francisco, foi ponta de trilhos e possui a
ponte que liga o Nordeste ao Sudeste e Sul. Coisa que Penedo nunca conseguiu.
No século XVII era habitada pelos índios: Tupinambás, Carapotas, Aconãs e
Cariris. Com a chegada de catequistas jesuítas vindos da Bahia, houve um
apaziguamento entre as tribos. Foi construída uma capelinha e, defronte, um
convento e um Colégio com o nome de “Real”.
Daí a origem do nome Porto Real de Colégio e que bem poderia ter sido
Porto do Colégio Real. A capelinha hoje é a Matriz de Nossa Senhora da
Conceição. Mas voltando ao tema principal, vimos uma cidade simpática, limpa e
ensolarada com cerca de 17 a 20.000 habitantes.
Não
tive como pesquisar outras coisas em tempo curto. Fomos para o Vale do Marituba
onde apreciamos com os criadores de peixe, o ciclo total desde o alevino ao
“touro” adulto (machos enormes desenvolvidos unicamente para reprodução). Após, partimos para a cidade de Propriá em
solo sergipano, onde também a experiência do criatório em capinzal de arroz e
do ciclo do peixe, compensou conhecermos hábitos e paisagens de outras regiões.
Além de aula de campo – fruto de uma revolução geográfica que implantei no
Sertão e quiçá em Alagoas – consegui conhecer a cidade do nome que me atraía.
Chegamos à noite no retorno à Santana, com muito alunos dormindo cansados com
as aventuras da aula e da viagem.
Quanto
a Colônia Leopoldina, só se faz o que se pode.
IGREJA
DA IMACULADA, PORTO REAL DE COLÉGIO (FOTO: FLICKR)
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