FOI NO
MONUMENTO
Clerisvaldo B. Chagas, 24 de janeiro de 2025
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 3.175
Sem lugar certo para aglomeração de autoridades
em momentos cívicos, em Santana do Ipanema, em 1959 o Prefeito Cultura Hélio Cabral construiu no primeiro andar da
Sorveteria Pinguim o palanque oficial do município. A Sorveteria Pinguim fora
construída do outro lado da rua Defronte a Igrejinha/monumento de Nossa Senhora
da Assunção. O proprietário daquele ponto comercial, o senhor Firmino Falcão
Filho, Vindo de Viçosa e, senhor de terras em Santana do Ipanema, passou a ser
conhecido como “Seu Nozinho (ô) e chegou a ser prefeito nomeado do município.
Sem dúvida nenhuma, a Sorveteria Pinguim, passou a ser um ponto de referência
importantíssimo em Santana, enquanto seu proprietário virou um carnavalesco
inusitado.
Ali no primeiro andar da Sorveteria Pinguim, a
partir da sua inauguração, políticos e mais políticos fizeram os mais
diferentes tipos de discursos durantes décadas. Mas em nossa opinião, os
melhores e de efeitos práticos para a nossa população, foram os discursos de
comemorações tantos da chegada da energia de Paulo Afonso, quanto o da água
encanada de Belo Monte. Um acabava com a
escuridão em Santana que durou quatro anos, o outro exaltava a chegada da água
do São Francisco, através de canos, vinda de Belo Monte (atualmente, de Pão de
Açúcar). As duas gigantescas vitórias do povo santanense aconteceram na década
de 60 com os mesmos altos e baixos de como se conhecem hoje, ambos os serviços
Sobre a chegada da água do São Francisco, maior
vitória de lutas da cidade, tinha antes o abastecimento do líquido, retirado
das cacimbas do leito seco do rio Ipanema. A maioria da população era
abastecida através de jumento com ancoretas de madeira. Havia mais de cem
jumentos na cidade prestando esse tipo de serviço, com seus tangedores chamados
botadores s d’água. Daí o surgimento
da estátua do jegue, polêmica no início, sucesso e cartão postal depois. Quanto
ao senhor Nozinho (ô), foi prefeito por pouco tempo, sendo nomeado pelo
governador Silvestre Péricles – que também era governador nomeado – e construiu
a ponte sobre a foz do perigoso riacho Camoxinga, ainda hoje servindo a
população urbana. Quem pediu a sua nomeação ao governador, foi o, então,
Coronel Lucena que foi prefeito eleito, após Seu Nozinho, deputado e prefeito
de Maceió.
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