quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

 

FOI NO MONUMENTO

Clerisvaldo B. Chagas, 24 de janeiro de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.175

 



Sem lugar certo para aglomeração de autoridades em momentos cívicos, em Santana do Ipanema, em 1959 o Prefeito Cultura Hélio Cabral construiu no primeiro andar da Sorveteria Pinguim o palanque oficial do município. A Sorveteria Pinguim fora construída do outro lado da rua Defronte a Igrejinha/monumento de Nossa Senhora da Assunção. O proprietário daquele ponto comercial, o senhor Firmino Falcão Filho, Vindo de Viçosa e, senhor de terras em Santana do Ipanema, passou a ser conhecido como “Seu Nozinho (ô) e chegou a ser prefeito nomeado do município. Sem dúvida nenhuma, a Sorveteria Pinguim, passou a ser um ponto de referência importantíssimo em Santana, enquanto seu proprietário virou um carnavalesco inusitado.

Ali no primeiro andar da Sorveteria Pinguim, a partir da sua inauguração, políticos e mais políticos fizeram os mais diferentes tipos de discursos durantes décadas. Mas em nossa opinião, os melhores e de efeitos práticos para a nossa população, foram os discursos de comemorações tantos da chegada da energia de Paulo Afonso, quanto o da água encanada de Belo Monte.  Um acabava com a escuridão em Santana que durou quatro anos, o outro exaltava a chegada da água do São Francisco, através de canos, vinda de Belo Monte (atualmente, de Pão de Açúcar). As duas gigantescas vitórias do povo santanense aconteceram na década de 60 com os mesmos altos e baixos de como se conhecem hoje, ambos os serviços

Sobre a chegada da água do São Francisco, maior vitória de lutas da cidade, tinha antes o abastecimento do líquido, retirado das cacimbas do leito seco do rio Ipanema. A maioria da população era abastecida através de jumento com ancoretas de madeira. Havia mais de cem jumentos na cidade prestando esse tipo de serviço, com seus tangedores chamados botadores s d’água. Daí o surgimento da estátua do jegue, polêmica no início, sucesso e cartão postal depois. Quanto ao senhor Nozinho (ô), foi prefeito por pouco tempo, sendo nomeado pelo governador Silvestre Péricles – que também era governador nomeado – e construiu a ponte sobre a foz do perigoso riacho Camoxinga, ainda hoje servindo a população urbana. Quem pediu a sua nomeação ao governador, foi o, então, Coronel Lucena que foi prefeito eleito, após Seu Nozinho, deputado e prefeito de Maceió.

 

 


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