terça-feira, 28 de janeiro de 2025

 

CEPA

Clerisvaldo B. Chagas, 29 de janeiro de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.178

 



E em Maceió nada foi fácil dentro daquele maravilhoso terreno de massapê que apontou para o futuro de muita gente. E víamos aquela imensidão de terras sendo ocupada aos poucos dando porvir a juventude estudiosa. Mas depois de tantos sacrifícios do estado chega a dar pena em se observar quanta solidão e nostalgia que chegaram com os efeitos físicos e psicológicos das cavernas provocadas pela BRASKEN. Se não fui totalmente feliz no Colégio Moreira e Silva, por conta de haver um abismo entre os humildes e os bundas-arrebitadas, mas aprendi muito na eficiente escola do governo na época. Juntou a pandemia com as minas e o tempos ficaram mudados numa nostalgia sem fim, na região do CEPA, principalmente para os que ali conviveram a algumas décadas.

Estive por ali algumas poucas vezes nos últimos tempos, entre elas, uma por causa do cabuloso censo da Educação, outra pela   proximidade da gráfica onde costumo imprimir meus livros. E a gráfica, na região do CEPA, demonstrava a mesma tristeza do vizinho. Rua longa sem um pé de pessoa transitando e muito lixo acumulado nas sarjetas. Gente! Não é nenhum tipo de saudosismo, mas uma espécie de sensação de caos, de ruínas, de final de tudo. A um passo, apenas, Avenida Fernandes Lima (governador na década de 20) com movimento febril parecendo não haver dois mundos no mesmo espaço. E o mundo inteiro, na cidade e no cam po houve essa transformação inexplicavelmente psicológica. Porém acredito ter atingido com maior força, indivíduos maduros e idosos porque viveram as outras décadas.

Mas voltando ao miolo da questão, estudamos sempre com um objetivo à frente. Não sei se os bundas-arrebitadas do Curso Médio alcançaram seus objetivos, mas, com muita luta, com muita garra, com muitas renúncias, alcancei plenamente o que procurava. A bem da verdade, hoje aposentado, procuro saber vez em quando de algum colega merecedor da minha atenção. E dos que marcharam comigo, não no CEPA, mas no Ginásio Santana, gostaria sim, de saber se todos os que ainda estão vivos, alcançaram seus objetivos. O jumento é bom, o homem é mau (Luiz Gonzaga). Escola é coisa boa, mas quem ensina mesmo é a vida.

Um abraço do tamanho do seu terreno, CEPA!

Lenços brancos, lenços brancos...  Lenços brancos.

 

 

 


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