CEPA
Clerisvaldo B. Chagas, 29 de janeiro de 2025
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 3.178
E em Maceió nada foi fácil dentro daquele
maravilhoso terreno de massapê que apontou para o futuro de muita gente. E
víamos aquela imensidão de terras sendo ocupada aos poucos dando porvir a
juventude estudiosa. Mas depois de tantos sacrifícios do estado chega a dar
pena em se observar quanta solidão e nostalgia que chegaram com os efeitos
físicos e psicológicos das cavernas provocadas pela BRASKEN. Se não fui
totalmente feliz no Colégio Moreira e Silva, por conta de haver um abismo entre
os humildes e os bundas-arrebitadas,
mas aprendi muito na eficiente escola do governo na época. Juntou a pandemia
com as minas e o tempos ficaram mudados numa nostalgia sem fim, na região do
CEPA, principalmente para os que ali conviveram a algumas décadas.
Estive por ali algumas poucas vezes nos últimos
tempos, entre elas, uma por causa do cabuloso censo da Educação, outra pela proximidade
da gráfica onde costumo imprimir meus livros. E a gráfica, na região do CEPA,
demonstrava a mesma tristeza do vizinho. Rua longa sem um pé de pessoa
transitando e muito lixo acumulado nas sarjetas. Gente! Não é nenhum tipo de
saudosismo, mas uma espécie de sensação de caos, de ruínas, de final de tudo. A
um passo, apenas, Avenida Fernandes Lima (governador na década de 20) com movimento
febril parecendo não haver dois mundos no mesmo espaço. E o mundo inteiro, na
cidade e no cam po houve essa transformação inexplicavelmente psicológica.
Porém acredito ter atingido com maior força, indivíduos maduros e idosos porque
viveram as outras décadas.
Mas voltando ao miolo da questão, estudamos
sempre com um objetivo à frente. Não sei se os bundas-arrebitadas do Curso
Médio alcançaram seus objetivos, mas, com muita luta, com muita garra, com
muitas renúncias, alcancei plenamente o que procurava. A bem da verdade, hoje
aposentado, procuro saber vez em quando de algum colega merecedor da minha
atenção. E dos que marcharam comigo, não no CEPA, mas no Ginásio Santana,
gostaria sim, de saber se todos os que ainda estão vivos, alcançaram seus
objetivos. O jumento é bom, o homem é mau
(Luiz Gonzaga). Escola é coisa boa, mas quem ensina mesmo é a vida.
Um abraço do tamanho do seu terreno, CEPA!
Lenços brancos, lenços brancos... Lenços brancos.
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