NOVAMENTE
ELE
Clerisvaldo B. Chagas, 2 de janeiro de
2025
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 3.159
Início de ano e mais uma subida virtual ao
serrote do Cruzeiro, Monte Sagrado de tradição em Santana do Ipanema. Serrote
do Cruzeiro e seus companheiros dos arredores, são frutos de resistência aos
profundos desgastes que sofreu no passado, dos ventos, da pluviosidade e outros
fatores que mostram o relevo do entorno da cidade e da própria urbe enormemente
erodidos. Entretanto, o elevado tornou-se o queridinho de Santana,
principalmente no século passado, quando não faltavam eventos e visitas
turísticas/religiosas que mantinham o monte em evidência. Mas as mudanças dos tempos
em todos os setores da humanidade, a evolução, também faz esquecer aconchegos
humanos e recantos físicos.
Santana vista do serrote do Cruzeiro, ainda é a
melhor opção paisagística entre todos os mirantes naturais e artificiais. Ainda
não se recuperou do golpe do desmatamento dos anos 60, quando as árvores eram
altas e frondosas, moradas das permanentes cigarras que ali buzinavam o ano
inteiro. A vegetação voltou, mas em forma de capoeira, arbustos e pgarranchos na maior parte e, talvez algumas
poucas árvores de porte no topo. Pela própria topografia abaulada, da cidade, não
é permitido contemplá-la totalmente de um ponto só. Porém, como afirmamos acima,
ainda é a mais abrangente e frontal localidade de observação. No topo, a
terceira igrejinha em homenagem a Santa Terezinha e o segundo cruzeiro de
madeira defronte, representando a passagem do Século XIX para o século XX.
A igrejinha foi construída, a primeira em 1915,
pelo pai dos deficientes mentais Agissé e Poni, como motivo de promessa,
Antides Feitoza. Muito serviram os rústicos degraus em certo trecho da subida
do monte, implantados pelo, então, prefeito, saudoso Paulo Ferreira. Lendas
sobre as andanças de Nosso Senhor Jesus Cristo por ali, eram relatadas e
apontadas na enorme rocha as pegadas do filho de Deus. Ao invés de investirem
no serrote para o turismo religioso e paisagístico, os dirigentes preferiram
desviar o foco do lugar sagrado para outros sem tradição e sem futuro.
FUNDOS DA IGREJINHA DO CRUZEIRO. O ABSURDO.
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