terça-feira, 17 de junho de 2025

 

A SANTA DA SERRA

Clerisvaldo B. Chagas, 18 de junho de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano.

Crônica: 3.252



 

Em visita ao Unidade de Saúde do Ba

irro São José, mais uma vez fiquei de boca aberta com a paisagem que se vê dali. É o cenário da parte alta das barreiras do outro lado do rio, onde se localiza o Hospital Regional. Acontece que quando chove, as barreiras do rio ficam muito verdes e parecem com uma floresta tropical. Dali a gente vê muito próxima, a estátua da santa que estão construindo na serra Aguda. A estrutura da estátua, ainda não concluída, parece muito perto de nós e que fica a cerca de quase 20 km de rodeio. Além disso se tem a impressão também que a serra está pegada com a barreira do rio Ipanema. Tudo é ilusão de óptica.  Tirei a foto abaixo para “matar a cobra e mostrar o pau”.

Por enquanto as obras estão paradas, dizem que aguardando verbas. A serra Aguda, geograficamente falando, é uma serra residual, isolada e que fica a cerca de quatro quilômetros por trás do Hospital Dr. Clodolfo Rodrigues de Melo e já na zona rural. Tem a forma de sela e com apuro se vê o seu desgaste no meio, causado pelas enxurradas. Faz parte hoje do Quarteto Turístico: Santuário de Senhora Santana, Represa Isnaldo Bulhões, Igrejinha das Tocaias e Reserva Tocaia. Tudo vizinho.  Estamos aguardando a conclusão também do Anel Viário que ligará a AL-130 com a BR-316 e passará por ali. Além disso, estar se formando um bairro novo entre os seus pés e o hospital e que deverá tomar impulso com o asfalto.

Mas, voltando as barreiras – só existem barreiras no trecho do rio que vai do bairro Barragem ao final do Bairro Paulo Ferreira – As cores da vegetação são amostras do que acontece com as chuvas ou sem elas, conforme a estação, no município. Nesse momento estão tão verdes que vistas de longe parecem uma floresta tropical como já foi dito. Então, o restante do município deve estar do mesmo jeito, graças às últimas chuvas que serenaram por aqui. Antes que as barreiras fiquem ralas de novo, sem as chuvas, querendo, aproveite para filmar como se estivesse na selva amazônica. Enquanto isso, são muitas as máquinas fotográficas dirigidas rumo a pré-estátua da santa da serra Aguda.

ESTÁTUA DA SERRA À CERCA DE 6 Km. VEJA A COR DAS BARREIRAS (FOTO: B. CHAGAS).

 


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segunda-feira, 16 de junho de 2025


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AS IGREJAS

Clerisvaldo B, Chagas 17 de junho de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.251

 



Em nosso livro “O Boi a Bota e a Batina, História Completa de Santana do Ipanema”, temos páginas dedicadas a todas as igrejas da cidade, com o título de “IGREJAS E IGREJINHAS.   E são citadas as construídas ou reformadas pela paróquia ou erguidas por particulares, distribuídas no Centro e nos bairros de Santana. Quando as igrejas são relativamente grandes, são chamadas Igrejas, quando são menores, são denominadas pelo povo de igrejinhas. Em resumo, ou é igreja ou igrejinha, na avaliação instantânea do sertanejo. Estão entre elas, a Matriz de Senhora Santana, a Matriz de São Cristóvão, a da Sagrada Família, a de São Pedro, de São José, de São Sebastião, de N.S. Guadalupe, de Santo Antônio, de seu Carrito, de seu Euclides, de Zé Rosa, de São João, de Santa Terezinha a de padre Cícero, e assim por diante.

Achei, entretanto, que tem muita igreja para poucos padres, fazendo com que as igrejas com menos evidência fiquem ociosas e mesmo abandonadas, inclusive, encontrei uma que servia de depósito. Raramente ou nunca se chama uma igrejinha de ermida, capela, templo ou coisa parecida, por aqui. É como disse no início: É igreja ou igrejinha. Entretanto, ociosa ou não, ao entrarmos em qualquer uma delas sentimos uma atmosfera divina, muita ou pouca, mas sentimos. Queremos dizer ainda, que após a publicação do livro falado no início, ainda foi inaugurada uma igreja no Bairro Clima Bom, e que há muito havia sido iniciada e estava esquecida só com as paredes. De qualquer maneira a fonte de pesquisa ficou aberta para outros.

Nos tempos de movimentações do Centro Bíblico, era expansão da religião católica e verdadeiras festas de tanta gente. Com a morte dos seus líderes, o senhor José Vieira e o senhor José Nogueira, o movimento foi minguando, perdeu o rumo e nunca mais se ouviu falar. Até mesmo o Retiro de Carnaval desapareceu. Então, vem a pergunta: Para que tanta igreja sem assistência nenhuma? Caso fôssemos registrar as igrejas e igrejinhas do município, seria outro tanto de páginas que precisaríamos. Visitei duas delas, uma mais arrumada de que a outra, em propriedades particulares. O campo é vasto, quem entrar por aí poderá registrar mil coisas incríveis.

IGREJA DA SAGRADA FAMÍLIA, BAIRRO DO MONUMENTO, SOBRE PARTE DO PRIMEIRO CEMITÉRIO DE SANTANA. (FOTO: B. CHAGAS/LIVRO 230).

 


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domingo, 15 de junho de 2025

 

CLADIO CANELÃO

Clerisvaldo B. Chagas, 16 de junho de 2025

Escritor Símbolo do Sertã Alagoano

Crônica: 3250

 



Ninguém teve o direito de escrever tanto sob a Rua Antônio Tavares quanto este escritor. São crônicas e mais crônicas a perder de vista, sobre a primeira rua da cidade, após o Centro Comercial. São inúmeros os personagens de infância citado em crônicas soltas e livros publicados. São fontes riquíssimas de pesquisas sobre a primeira rua da cidade. E entre tantos e tantos personagens comuns e simples da época, destacava-se no primeiro trecho da rua, logo após a primeira travessa, o sapateiro Claudio Canelão, cujo pai também era sapateiro. Claudio crescera muito, devia ter mais de 18 anos e possuía bigodinho. Ajudava o pai na arte, mas tinha uma alma de criança e gostava de jogar ximbra na rua com os adolescentes.

Ninguém conseguia ganhar de Claudio Canelão. Tinha palmo grande e já apontava perto da ximbra. Nem o Nicó, filho de seu José Leite, que também era bom de ximbra e tremia as mãos ao jogar, conseguia superar o sapateiro. Mas Claudio era educado e gente boa. Lembro-me que no grupo escolar murado do Padre Francisco Correia, ele corria sobre os balaústres numa demonstração rara de habilidade. Nome correto não dar para lembrar, até porque, apelido pegou, substitui definitivamente o nome. E se você encontrava o sapateiro na guerra das ruas, era com o bolso cheio de ximbras coloridas todas ganhas dos seus adversários. Havia na rua sem calçamento, gangorra, pinhão, carro de puxar, carro de ladeira, pedra na pedra em apostas de notas de cigarro, brincadeiras de artistas, pega, chicote queimado, esconder, mas a ximbra predominava ao longo de toda rua e do Bairro São Pedro.

O que faz um homem feito, já sapateiro profissional, ir jogar ximbra com os adolescentes no meio da rua? E o jogo de ximbra continuava na via empoeirada e nem mesmo as incursões do juiz de direito, Aloísio Firmo, montado numa burra e o soldado Genésio, a pé, procurando tomar bolas e ximbras, não surtiram o efeito desejado. As modificações de tantos brinquedos só foi acontecer na Rua Antônio Tavares, após a primeira etapa de calçamento na gestão Jaime Chagas. Depois, a continuação do calçamento se não me engano, com o prefeito Henaldo Bulhões.

Onde andará Claudio Canelão

                    (FOTO: DOMÍNIO PÚBLICO. RUA ANTÕNIO TAVARES, SENDO PLANEADA PARA CALÇAMENTO EM 1970.)


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quinta-feira, 12 de junho de 2025

 

PAPAGAIO

Clerisvaldo B. Chagas, 13 de junho de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.249

 



Era uma casa de taipa, isolada, bem no sopé do serrote do Pelado. A estrada iniciava ali na periferia, Bairro São Vicente e levava seu usuário para o povoado São Félix e região. Era na cumeeira, diante da porta da frente que havia um rude cata-vento de madeira e ao lado da metade da porta, um poleiro também de madeira, com um papagaio a tomar sol, acorrentado pela perna. Essa paisagem simpática, modesta e atípica, sempre me chamava atenção e me deixava pensativo, quando por ali passava em direção à serra do Gugi, quase todos os domingos. Uma jornada de 2 léguas (12 km) a pé, para comer galinha na casa de Jonas, no pé da serra do Gugi, beber caldo-de-cana e chupar manga Gobom no pé, no alto da serra no sítio do senhor Olavo e dona Neném. Eu, e os saudosos amigos Mileno Carvalho e Francisco Assis. 

Toda a região, nos últimos anos foi modificada. O casario do Bairro São Vicente, se expandiu pelo sopé do serrote do Pelado e emendou com diversas construções do bairro vizinho, Lagoa do Junco. Agora tem hotel de luxo, condomínios de alto nível, conjuntos diversos, mercadinhos e inúmeras prestadoras de serviços. A nova paisagem urbana ocupa ladeiras, grotas, planos com asfalto e planejamento. A vizinha Lagoa do Junco tornou-se um Complexo de Justiça, muitas prestações de serviços, faculdade, escola modelo, CISP e a transformação quase completa dos dois barros pegados, em uma nova cidade. Nada mais de casa de taipa, cata-vento e papagaio.

Já faz muito tempo que me dirigi à serra do Gugi, ponto culminante de Santana do Ipanema, mas deixei registrado uma cena fictícia do meu romance DEUSES DE MANDACARU, lá no sítio de Olavo. Continuo admirando aquele monte situado na região do povoado São Félix. Foi decantado por dois escritores, Oscar Silva e Clerisvaldo B. Chagas. E para não ficar somente em nós, é por ali que o simpático riacho Gravatá vem lamber-lhe os pés. E a região do serrote do Pelado e adjacências vão focando noutra Santana do Ipanema, inclusive ornamentando a entrada da cidade, para quem chega da capital. A Lagoa do Junco, mesmo já está se estruturando para ser o futuro local da feira semanal de Santana que sairá do Cento da cidade. Ê... Meu papagaio...

UNEAL NA LAGOA DO JUNCO, EM 2013 (FOTO: B.CHAGAS/LIVRO 230).

 


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quarta-feira, 11 de junho de 2025

 

BAMBÁ

Clerisvaldo B. Chagas, 12 de junho de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.248


 

Nome muito utilizado no rio Ipanema, imediações e por onde se vendia peixes. Enquanto a pobreza chiava no campo e na cidade dentro dos lares ou nas andanças das ruas, o rio temporário do Sertão nunca abandonara a sua generosidade, ou durante as cheias ou na sequidão com os diversos poços que restavam da fartura, inúmeras famílias conseguiam criar os meninos com a pesca miúda oferecida. No rio Ipanema, um peixe de três quilos já era considerado grande, enorme, bem-criado. E todos nós que amávamos o rio sabíamos os nomes doshabitantes das águas: Bambá, Traíra e Mandim, os maiores. Piaba, carito ou chupa-pedra, os menores. A bambá, no rio São Francisco era chamada Xira e decantada em prosa e verso. O carito era o mais vil. E, praticamente somente uma família muito pobre da Rua São Pedro, pescava carito. A família Rei.

Ninguém conhecia por ali outro tipo de peixe produzido no trecho citadino. Certo dia, porém, surgiu no Poço dos Homens o advogado Aderval Tenório, que também era farrista, mas que nunca aparecia no Poço dos Homens e que daquela vez apareceu ostentando um Pitú dos grandes. Dizia haver comprado no poço do Escondidinho, coisa que ninguém jamais pensara que existisse. Na certa subira do rio São Francisco e fizera essa surpresa em Santana do Ipanema. Surpresa mesmo! Grande novidade na pesca local. Este sim, era para a farra propriamente dita, todos os peixes maiores ou menores, era, na maioria, para matar a fome e no mínimo complementar o almoço sertanejo. Os lugares de pesca, principais eram a barragem, no bairro do mesmo nome; o poço do Juá, no trecho do Comércio; o poço dos Homens, abaixo e quase ligado ao de cima; e o poço do Escondidinho, muito abaixo no Bairro Bebedouro.

Entretanto o pessoal batia constantemente por todos os outros  poços menores que ficavam das cheias. A pesca era na base da tarrafa, do anzol, do jequi, da rede e do litro, para as piabas.

Era o Panema romântico e caridoso

CHEIA NO PANEMA (FOTO DE ÂNGELO RODRIGUES).

 

 


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terça-feira, 10 de junho de 2025

 

CACHAÇA

Clerisvaldo B. Chagas, 11 de junho de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3,247


 


O irmão do padre Bulhões, Pedro Bulhões, era dono de cartório, mas o outro irmão, Antônio Bulhões, era proprietário de fabriqueta de cachaça, em pleno comércio de Santana do Ipanema. Ficava muito perto da esquina que desaguava para a Avenida Barão do Rio Branco, entre a farmácia Confiança do senhor Hermínio Tenório (Moreninho) e a alfaiataria do senhor Walter Alcântara.  Mas, havia também uma fábrica de cachaça na esquina da primeira travessa da Rua Antônio Tavares, pertencente ao senhor Manoel Lopes. Á margem do Rio Ipanema, bem perto da Ponte Padre Bulhões, havia uma outra fábrica de cachaça. Esta pertencia à família Lemos, porém, não temos certeza se era a mesma em que o Sinval o rapaz recitadorl tomava conta.

A produção dessa mercadoria era transportada em lombo de jumento: tanto surgia em ancoretas para longas viagens, quanto nas garrafas em caçuás. Não temos lembrança de outra bebida alcoólica fabricada na cidade. Estamos querendo dizer que havia muitas fábricas dos mais diferentes artigos em Santana do Ipanema e que tudo acabou, não existindo uma só fábrica de nada. Havia três fabricas de calçados, de vinagre, de corda, oito de sola, de carne-de-sol, de doces, de fubá, de tempero, de colchas, de mosaicos, chapas de fogões (fundição) de selas, de arreios, de colchões. Tudo que havia foi extinto, inexplicavelmente e a cidade passou a importar tudo o que antes produzia. Deixou de ser uma cidade industrial para comercial. Hoje somos uma cidade comercial.

Quanto ao consumo de bebidas alcoólicas, não notamos nenhuma diferença da metade do século passado para hoje. O que varia são as marcas de cachaça que aparecem, geralmente importadas de Pernambuco. Algumas delas são mais sofisticadas, mas outras ainda são chamadas de “rinchonas”, o que vem a ser cachaça ruim cachaça fuleira, cachaça peba, cachaça que não vale nada. E se não há mais indústria, não há mais empregos melhores e a juventude vai montar no seu futuro, apenas atrás de um balcão de loja qualquer.

Nem uma cachaça de Santana você consegue hoje tomar.

Fazer o quê?


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NÃO DEIXEI DE RESPONDER

Clerisvaldo B. Chagas, 10 de junho de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.246



 

Fui perguntado sobre as coisas da cidade que mais marcaram a minha juventude. Pelo menos nunca omiti a mim mesmo, a minha história, aos meus sentimentos, os sentimentos de naturalidade. E nem que você queira, pode apagar a nódoa, no bem sentido, da qual se impregna para sempre na infância. Portanto tive que responder sem titubear os lugares que exerceram grades influências na minha vida. E cito com prazer pelo menos esses: Poço dos Homens, no rio Ipanema; Igreja Matriz de Senhora Santana; Grupo Escolar Padre Francisco Correia, no Bairro Monumento; a Rua Antônio Tavares e suas adjacências e a Biblioteca Pública, dirigida por Nilza Marques e Ginásio Santana na pessoa do professor de Geografia Alberto Nepomuceno Agra.

Sem pensar nunca que poderia ser um escritor, passava as férias escolares (três meses no início do ano, um mês nos meados) no povoado Pedrão de Olho d’Água das Flores, na casa da minha tia Delídia. Dali trouxe várias bagagens e detalhes da caatinga, mais usos e costumes, que seriam enfeixados futuramente nos meus romances regionalistas/históricos. Juntei sem saber todas as leituras dos diversos autores do mundo na Biblioteca Pública, o aprendizado do Pedrão, as incursões na caatinga, nas capoeiras e no rio Ipanema para solidificar meus escritos impactantes. Claro que muitas outras coisas foram se agregando ao nosso entendimento, ao nosso estilo e ajudando a iluminar a estrada. Ninguém nasce no rio, mas de repente se vê nadando.

Muito valeu uma biblioteca pública, emprestadora de livros quinzenais; uma bibliotecária educada, entendida e prestativa; um ambiente agradável, formal e limpo; e a leitura agradabilíssima de gibis americanos, folhetos de feiras (romances, cordéis) e livros de bolso americanos, de bang-bang. Tudo são fábricas de escritores. Não posso deixar aqui de exaltar o esforço de alguns prefeitos da terra ao enxergar e tentar praticar a Cultura, muito difícil de ser entendida antigamente. Preito ao “Prefeito Cultura” e fundador do museu, Hélio Cabral de Vasconcelos e ao prefeito fundador da Biblioteca Pública, Coronel José Lucena de Albuquerque Maranhão.

Santana do Ipanema para o mundo.

Orgulho em ser SERTANEJO.

 


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domingo, 8 de junho de 2025

 

 

BANCO DO BRASIL

Clerisvaldo B. Chagas, 9 de junho de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.245

 




Passei a vista no livro sobre o Banco do Brasil em Olho d’Água das Flores, do escritor Antônio Machado, lembrando que vi a construção do Banco do Brasil em sua sede própria em Santana do Ipanema. Antes o Banco funcionara no Comércio, onde fora a sede do PRODUBAN, depois, no lugar onde era a Cadeia Velha à Rua Nilo Peçanha. Não demorou essas coisas todas e iniciou a construção da sua sede própria no Bairro do Monumento, vizinho aos Correios. Lembro perfeitamente de um caminhão com a parte da grade, arreada e os homens empurrando com as pás, a carga de pastilhas para o chão. Pastilhas essas que ainda hoje permanecem na parede externa do Banco do Brasil. O encarregado da carga era o senhor Arnóbio Chagas que no momento conversava na calçada durante o serviço de descarga.

O Banco do Brasil chegou com muita moral em Santana do Ipanema, ganhando prestígio cada vez mais. Foi de fato um baluarte na sociedade sertaneja e afora a injeção de milhões e milhões em nossa sociedade, prestou ainda relevantes serviços sociais, tendo com exemplos a colaboração de muitos dos seus funcionários como professores da Escola Cenecista Santana, Ginásio Santana. Nunca tive tendência para o ramo, porém, asseguro   que vi e senti o progresso chegar e se estabelecer em Santana através do Branco. A modernização das suas linhas arquitetônicas, foram motivos de inspiração para novos estabelecimentos que tomaram chegada pelas suas imediações.

Foi em 8-2-1952, a inauguração do Banco do Brasil em Santana do Ipanema. Quer dizer, fazem 73 anos da sua existência em nossa cidade. Já em 8-7-1957, o banco fundava também a sua sede social ainda no bairro do Monumento, a Associação Atlética Banco do Brasil – AABB. E, lamentavelmente o que se diz por aí é que cerrou as suas portas.  Ficou lá ocioso o grande patrimônio físico. Outros edifícios semelhantes, dizem estão para seguir o mesmo destino. É inevitável a transformação do mundo. Mas pelo menos deveria alguém registrar as páginas gloriosas da AABB. Um livro contando os seus feitos e a sua imensa satisfação em servir funcionários do Banco e população de Santana do Ipanema.

Salve, salve...

CONSTRUÇÃO DO BANCO (FOTO: DOMÍNIO PÚBLICO). (IMAGEM DO BANCO DO BRASIL. (SEDE PRÓPRIA 1961)

FOTO: B, CHAGAS/LIVRO). 230).

                                                                                               (

  


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domingo, 1 de junho de 2025

RECESSO DE UMA SEMANA. DESCANSO!!!
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JUNHO CHEGOU

Clerisvaldo B. Chagas, 2 de junho de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.243

 



Entra o mês de junho com aquela esperança do todos os junhos da tradição junina. Uma esperança forte de que o mês traga boas chuvas e naturalmente, a colheita de milho que se tenta adivinhar. Já se disse que as chuvas chegaram atrasadas para o plantio e por isso não teremos milho no mês de junho e nem julho, isto é, sobre os terrenos normais sob as ordens das chuvas. Tudo nos conformes para o plantio das áreas irrigadas. Aí chega o produto no tempo certo para a canjica, a pamonha os diversos bolos de milho das nossas mães, avós ou mesmo esposas, exímias na cozinha sertaneja. O tal “quentão” não vemos mais que era aquela bebida à base de cachaça e gengibre, feita pelas próprias mulheres para os homens. Olho no céu, olho na terra.

O céu passa o tempo todo nublado, branco como marfim, as chuvas são muito poucas, mas, dizem os especialistas que esse tempero entre Sol e chuva, é muito bom para as plantas. É muito certo que a lavoura agradece e vamos para o próximo inverno num cenário bonito e verdejante no Sertão. Porém, quem cria todo o tipo de gado, não vai gostando muito, não. Diz ele que a água que estar vindo dos céus, não vai dar para encher barreiros e açudes e assim poderá tornar mais difícil a travessia para o próximo inverno. Na verdade, ninguém nunca está satisfeito com o tempo, reclamando de alguma coisa como se Deus não entendesse o que estivesse fazendo. É preciso entender somente o seguinte: tudo tem uma razão de ser.

Podemos dizer, entretanto, que o céu do primeiro dia de junho, foi de um domingo belo, de Sol, de vitalidade e desejos de passear pelos campos. Um domingo para o abrir um mês radiante e feliz. Mas, isso não assegura de forma alguma um bom inverno. Vamos confiar no Divino, olhar para frente e marchar sempre confiante e feliz. E como o mês é de forró junino, nem estou bem-informado, onde é que vai haver forró para você aqui na cidade. Raramente uma bomba estoura por aqui, um foguete ou coisa parecida. Como foi dito, a medida em que o tempo passa, muitas coisas das tradições da gente vai arrefecendo e morre. Fazer o quê? Tudo se transforma e ainda somos felizes em vivermos essa transformação. Lembre-se das pregações de uma Nova era. Vamos com ela.

RUA E CHUVA (FOTO: B. CHAGAS).

 

 

 

 

 

 

 


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