terça-feira, 11 de dezembro de 2012

UM RIO MACHO



UM RIO MACHO
Clerisvaldo B. Chagas, 12de dezembro de 2012.
Crônica Nº 927
Livro em evidência.
Tenho me desdobrado para atender os inúmeros pedidos do meu último livro publicado, “Ipanema, um rio macho”; creio que são santanenses espalhado por todos os estados brasileiros. Dois pedidos, porém, me tocaram bastante, um vindo do Acre e outro da Bahia. Após a leitura, os dois leitores, um homem no Acre, e mulher em salvador, mandam recados pelos familiares, da excelente impressão deixada pelas páginas do nosso paradidático. Fico satisfeito, então, como escritor, fazer alguém feliz por alguns momentos, ao lembrar e chorar copiosamente lembrando seu torrão nas pungentes páginas de um livro. Entre outras coisas, foi assim que disse o professor e poeta Marcello Fausto: (...) “Trata-se de um aparato histórico, geográfico e popular; narrado, desmiuçado e didaticamente exposto aos modos do ‘Escritor Símbolo de Santana do Ipanema’, professor, romancista, cronista, historiador e poeta Clerisvaldo B. Chagas”. Mais adiante, diz o mesmo diretor da Escola Estadual professora Helena Braga das Chagas, em sua apresentação na noite de lançamento: (...) “Clerisvaldo com sua inspiração vinda dos céus capitaneia em três partes uma obra fantástica, que com um mega conteúdo, leva o público erudito e popular de onde veio, para onde vai; os seus caminhos, sua economia; seu lazer, seus versos e prosas; enfim, lamentos e proezas do mais importante rio que há dantes, já era reverenciado pelos silvícolas do passado”. Continuando suas impressões, diz ainda o poeta: (...) “Ipanema, um rio macho”, não é apenas uma obra do reverenciado escritor Clerisvaldo, é um presente dado aos santanenses e um aprendizado de como contar e fazer história”.
O citado livro ainda será lançado, em outras cidades do sertão alagoano, juntamente com outros dois que estão deixando as gráficas, cujo rio periódico Ipanema, representa acidentes geográficos semelhantes espalhados no semiárido nordestino. Continuarei escrevendo e prestando serviço cultural ao meu povo até quando o meu Senhor ordenar.
Prof. e poeta Marcello, primeiro à esquerda.
Ultimamente isso tem incomodado alguém que procurar isolar e desmerecer o escritor SÍMBOLO DE SANTANA DO IPANEMA, através de várias tentativas. Educando a juventude santanense, alagoana, brasileira e enaltecendo a terra, quase me esqueci de agradecer ao meu amigo agricultor semianalfabeto e sábio José Ventura Necim, que, notando alguma coisa estranha no espaço, disse: “Professor, água de sarjeta não apaga estrela”. Como sou água de matar a sede e nunca fui estrela, deixo a cargo do leitor a charada do homem do campo.
Falta pouco para esgotarmos a 1º edição de IPANEMA, UM RIO MACHO.


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segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

REPENTISTA E ABOIADOR



REPENTISTA E ABOIADOR
Clerisvaldo B. Chagas, 11 de dezembro de 2012.
Crônica Nº 926

Clerisvaldo e Zé de Almeida cantam para os velhinhos na Matriz de Senhora Santa Ana.
Esta semana encontrei o poeta Zé de Almeida, famoso em todo o Nordeste. O repentista veio da escola poética de Rafael Paraibano da Costa, também santanense que aperfeiçoou a carreira de Almeida, logo cedo, pois eram amigos de verdade. Quando Zé de Almeida pegou fama que estava assombrando os grandes da Paraíba e Pernambuco, comecei também a mexer nesse vespeiro. Em pleno auge da sua carreira de repentista-violeiro, Almeida deve ter pesado uma porção de coisas e terminou abandonando as cantorias pelos aboios de vaquejadas em discos, acompanhando Vavá Machado, um mito no estilo. Versos imorredouros ficaram acenando, como lenços de seda, a despedida do rapaz das cantigas de pé de parede. Certa feita, já mostrado aqui, Almeida, convidado para uma noitada em Paulo Afonso enfrentou duas feras consagradas: Jó Patriota e Manoel de Filó, que procuravam experimentar o rapazinho que criava fama. Ao terminar a baionada com um, o outro se sentou para também medir forças com o santanense. Almeida saiu-se com essa estrofe de placa:

“Já cantei com Patriota
Vem Manoel de Filó
Um é cobra canina
Outro cobra de cipó
Eu no “mei” me defendendo
Com um taco de mororó”.

Outra vez, no Bar da Pitú, centro de Santana do Ipanema, ao passar o locutor Humberto Guerrera, da Rádio Correio do Sertão, Almeida que bebia um refrigerante parou e disse:

“Lá vai Humberto Guerrera
Locutor amigo meu
Até já perdeu as contas
Das cachaças que bebeu
Tá vivo daqui pra cima
Pra baixo a pitú comeu”.
.
O Nordeste foi quem perdeu os improvisos animados e quentes de Almeida, para ouvir os balanços de vaquejadas, aboios e forrós misturados que vão se tornando sarapatéis das feiras mais famosas. O poeta ainda mora em Santana do Ipanema, no Bairro Camoxinga, e é visto com muita satisfação pelos amigos, passeando e vendendo sua arte numa indefectível pasta negra, usando chapéu de couro pernambucano. Certo, ele. O artista deve ir onde o povo está. Honra para Santana, cujo trabalho elevou o nome da cidade na voz inconfundível do REPENTISTA E ABOIADOR.




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