terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

A HISTÓRIA BRASILEIRA



A HISTÓRIA BRASILEIRA
Clerisvaldo B. Chagas, 11 de fevereiro de 2014
Crônica Nº 1138


Quando D. Pedro Segundo
Chegou com Matusalém
Compraram um jegue em Belém
Passaram um cheque sem fundo
Bem perto de Passo Fundo
Obama fazia a feira
Judas tinha tremedeira
Quando Lampião chegava
Minha avó tudo ensinava
Da história brasileira

Noé matou uma ema
Para comer com Jesus
O Papa fez uma cruz
Do miolo da jurema
Dilma pulou no Panema
Pelé viu a bagaceira
D. João caiu na ladeira
Pelas pingas que tomava
Minha avó tudo ensinava
Da história brasileira

Moisés chegou ao Brasil
Foi morar em Maceió
Herodes dançou forró
Levou bala de fuzil
Pilatos comprou três mil
Galinhas de capoeira
Enfrentando Zé Pereira
Felipe Massa tombava
Minha avó tudo ensinava
Da história brasileira

Sansão morava nos morros
Negociava com burros
Deu mais de seiscentos murros
Matou quinhentos cachorros
Lula comprou negros forros
Foi vender lá na Mangueira
Tiradentes na pedreira
Quebrava pedra e fumava
Minha avó tudo ensinava
Da história brasileira


Getúlio Vargas morreu
Pertinho do São Francisco
Foi um tiro de Corisco
Na hora que lhe prendeu
Bateram em José Dirceu
Com talo de macaxeira
Floriano a guerra inteira
Torrado do bom tomava
Minha avó tudo ensinava
Da história brasileira












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segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

FERREIRINHA, UM POETA HABILIDOSO



FERREIRINHA, UM POETA HABILIDOSO
Clerisvaldo B. Chagas, 10 de fevereiro de 2014
Crônica Nº 1137

Poeta, guardião e mateiro Ferreirinha. Foto (Clerisvaldo).
Os galos ainda cantavam nos quintais distantes, o Sol nem havia saído e o céu azul rajado com nuvens cinza anunciava quentura. Em pouco tempo estávamos no leito quase seco do rio Ipanema, eu e Ferreirinha.
Subíamos o rio para o norte pelas areias grossas e pedregulhos. Cícero Ferreira Barbosa apontava para as árvores, para as ervas, dava os nomes de cada e descrevia suas propriedades medicinais. No bornal, um radinho não parava de tocar músicas sertanejas de raiz, mas agora transformadas em melodias religiosas. “Tudo da minha autoria, professor. Minhas gravações estarão prontas por esses dias e vou lançá-las na festa de São Cristóvão”.
Ferreirinha é um homem habilidoso. Cozinha em acampamentos para grande quantidade de pessoas; canta e toca na igreja e em seus movimentos pelos sítios; além de cantor de músicas sertanejas, aboia igual a vaqueiro e compõe para o sagrado. Mas Ferreirinha não é somente isso. É um grande pescador e especialista na flora medicinal do sertão.
O mateiro mostra ervas medicinais. Foto: (Clerisvaldo).
Enquanto catalogávamos as plantas medicinais in loco, ouvíamos as músicas do seu futuro disco. Ferreirinha também aboiava e declamava poesias matutas, inspirado com o verde da Natureza. Cícero Ferreira Barbosa havia anexado mais uma habilidade a sua extensa lista social. Foi convidado e aceitou ser guardião do rio Ipanema, abraçando a causa com o mesmo fervor do seu movimento religioso da Paróquia de São Cristóvão.
Atualmente o poeta faz de tudo um pouco na Associação Guardiões e sua presença tornou-se indispensável nas mínimas e máximas manobras dos amigos ambientalistas.
Ao ingressar nas fileiras da AGRIPA, o mateiro, cozinheiro, compositor, cantor, declamador, pescador, aboiador, conseguiu projetar-se ainda mais pelo território alagoano. Cícero Barbosa é tudo isso, mas acima de tudo, FERREIRINHA UM POETA HABILIDOSO.

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