terça-feira, 11 de março de 2014

EU QUERO O TOURO AMARRADO




EU QUERO O TOURO AMARRADO
Clerisvaldo B. Chagas, 11 de março de 2014
Crônica Nº 1150              



Imagem: reproduzir.rural.uol.com.br.
 Eu quero o touro amarrado
Lá no pé da cajarana

(Gênero incorporado à cantoria de viola, com música própria. Alegre, belo, criativo e bastante solicitado aos repentistas). Repetem-se os dois últimos versos: Menino me amarre o touro/ Lá no pé da cajarana/ Eu quero o touro amarrado/Lá no pé da cajarana).

Um dia comprei um touro
De uma vaca espanhola
Dei-lhe o nome de Boiola
Ele arrepiou o couro
Quebrou meu dente de ouro
Quase pega a minha mana
Tirei o nome sacana
E mudei pra Delegado
Eu quero o touro amarrado
Lá no pé da cajarana.

Quando o cabra é valentão
É metido a cobra choca
Ou na maconha ou na coca
Dentro ou fora da prisão
Mata por qualquer tostão
Nessa vida desumana
O cão lhe chega e afana
A vida do desgraçado
Eu quero o touro amarrado
Lá no pé da cajarana.

Uma dona carinhosa
Dessas do corpo bem feito
Com um perfume perfeito
Tendo os lábios cor de rosa
Cada beijo é uma glosa
Na rede duma cabana
Os miados da fulana
Deixa o homem abestalhado
Eu quero o touro amarrado
Lá no pé da cajarana.

Quem bebe muita cachaça
Vive caindo na pista
Pode virar transformista
Depois de encher a taça
Chega ao banco da praça
Cai de bruços “mode” a cana
O vendedor de banana
Logo enxerga o ofertado
Eu quero o touro amarrado
Lá no pé da cajarana.

FIM







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domingo, 9 de março de 2014

MANIÇOBA/BEBEDOURO, O REFÚGIO DOS FÉLIX



MANIÇOBA/BEBEDOURO, O REFÚGIO DOS FÉLIX
Clerisvaldo B. Chagas, 10 de março de 2014.
Crônica Nº 1149

Os Félix continuam no Bebedouro. Foto: (Clerisvaldo).
Novamente retornamos aos subúrbios, Maniçoba/Bebedouro, lembrando a teoria que trazemos sobre esses dois emendados lugares, no livro “O Boi, a Bota e a Batina, História Completa de Santana do Ipanema”. Nele dividimos Santana em seis porções e descrevemos a gênese de Santana e, particularmente, cada uma dessas porções.
Depois da consciência de vendas de terrenos nos arredores da cidade, há poucos anos, Maniçoba e Bebedouro (antes completamente isolados) começaram a ser invadidos em três frentes. A primeira veio pelo norte, pela parte alta, via UNEAL. A segunda, pela parte baixa a noroeste, eixo Bairro São Pedro/UNEAL, pela estrada velha. A terceira frente acontece pela compra de terreno e construções de belas residências, dentro da tranquilidade do subúrbio ajardinado.
Os lugares acima sempre foram motivos dos demagogos políticos que tudo prometem aquele povo simples e de extrema pobreza. Depois de muito luta, colocaram um pouco de cimento e pedra em trecho da Maniçoba até o grupo municipal. Do grupo até o final da Rua do Bebedouro, não é bom nem falar. Os moradores reclamam do calçamento mal feito sem oferecer escoamento das águas. Do final da Rua São Pedro até o início do calçamento da Maniçoba, mil metros apenas, continua nas mais mirabolantes e ingênuas desculpas dos políticos.
Entre a pobreza e o jardim. (Foto: Clerisvaldo).
A descida de quem vem pela UNEAL para o Bebedouro, acabou-se com as chuvas. A região que começa a se encher de casas, não tem planejamento, meio-fio, linha-d’água e Santana continua crescendo como no passado, seguindo as veredas de bode.
É ali a região dos Mélo e dos Félix, que habitam os matacões e jardins de árvores nativas do arruado ao longo do rio Ipanema. Os Mélo estão naquele espaço desde os primórdios; os Félix há mais de cem anos.
Dona Maria Félix da Silva, moradora, vai contando suas viagens ao Juazeiro do Norte, a pé, juntamente com uma das antigas lideranças, Manoel Grande. E surge o artesanato de palha e de couro de bode, a coleta e venda de mamonas das margens do Ipanema, os curtumes da época, a construção da Igrejinha de São João...
E ao término desse domingo de pesquisa, voltamos com o coração partido, carregado de tristeza por nada poder fazer por aquela comunidade vítima dos papa-figos de gravata.
Na História Completa de Santana, muita coisa é contada da MANIÇOBA/BEBEDOURO, O REFÚGIO DOS FÉLIX.




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