quinta-feira, 17 de abril de 2014

O SERROTE DO CRUZEIRO




O SERROTE DO CRUZEIRO
Clerisvaldo B. Chagas, 18 de abril de 2014
Crônica Nº 1171

SERROTE DO CRUZEIRO DE TRADIÇÃO RELIGIOSA. Foto: Clerisvaldo.
Quando os mais antigos chegaram à região da Ribeira do Panema foram nomeando os seus incontáveis acidentes geográficos. Entre os montes circundantes da atual cidade sertaneja de Santana do Ipanema, um se tornou mais íntimo dos homens que vieram de longe. Bem ao sul da cidade, fechando um amplo círculo de elevações como serrote Pintado, serras Aguda, Remetedeira, Poço, Camonga, Macacos e os serrotes Gonçalinho e Pelado, o morro da Goiabeira ganhou notoriedade.
No ano de 1900, para celebrar a passagem do século XIX para o século XX, os santanenses fincaram uma cruz de madeira no cimo do morro da Goiabeira e passaram a chamá-lo serrote do Cruzeiro. Nessa ocasião, também era construída uma igrejinha/monumento, quase no centro da urbe, com o mesmo objetivo.
Entre 1914 e 1915, como motivo de promessa, um sargento por nome de Antides, casado com uma senhora da ilustre família Rocha, chamada Hermínia, construiu uma capelinha no cume do serrote, com abertura de picada, ternos de zabumba, feijoada para os participantes e bastante animação. A igrejinha veio a ruir pelo abandono, na década de 1960.
Nessa mesma década, o deputado santanense Siloé Tavares, repetiu os feitos do sargento Antides, reerguendo a capela em homenagem a Santa Terezinha. Pelo mesmo motivo da primeira, a segunda igrejinha também não resistiu ao abandono.
Perto do final do século XX, pela terceira vez a capelinha foi erguida por um grupo de pessoas, dessa vez em estilo diferente e ainda hoje ali permanece.
Sendo o monte mais simpático ao santanense, o serrote do Cruzeiro, de forma arredondada e cimo de granito, recebe devotos e curiosos sempre em dias de Semana Santa. O imaginário popular mostra marca do pé do menino Jesus na rocha viva; falam das tramas dos poderosos de Santana e Lampião em conchavo no pé da alta cruz de madeira (a atual é a segunda); comentam botijas escondidas em sua crista.
IGREJINHA NO TOPO DO SERROTE DO CRUZEIRO. Foto: Clerisvaldo.
O alto mostra um cenário fantástico com parcial da cidade e arredores. Sua vegetação original foi criminosamente extinta nos anos 1960 e levou cerca de 35 anos para cobrir o serrote, porém, sem árvores como antes, somente com arbustos.
Quando o movimento religioso estava no auge e no seu sopé, encenava-se a Paixão de Cristo acompanhada por milhares de pessoas, poft. Ciúme de padre é pior do que ciúme de político. Um golpe definitivo no teatro ao ar livre que poderia ser atualmente muito maior do que o do agreste de Pernambuco, nocauteou o entusiasmo da Camoxinga. A sociedade calou.
Os outros padres perderam o fôlego e nenhum prefeito jamais teve a ideia de transformar o serrote (um dos poucos pulmões verdes de Santana), em reserva ambiental. Ora, se as pessoas que merecem não são reconhecidas, imaginem um pedacito da natureza: O SERROTE DO CRUZEIRO.
·         Parcial extraída do livro: O Boi, a Bota e a Batina, História Completa de Santana do Ipanema.

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quarta-feira, 16 de abril de 2014

GUARDIÕES PALESTRAM EM COLÉGIO CENECISTA



GUARDIÕES PALESTRAM EM COLÉGIO CENECISTA
Clerisvaldo B. Chagas, 17 de abril de 2014
Crônica Nº 1170

AGRIPA, PROFESSORES E ALUNOS QUEREM RESGATAR O RIO. Foto: Assessoria.
Atendendo convite do Colégio Cenecista, em Santana, através da professora Dilma Gomes, a Associação Guardiões do Rio Ipanema, enviou representantes para uma palestra naquela unidade de ensino. O acontecimento ocorreu ontem, no turno da manhã, quando três membros da AGRIPA falaram sobre a Associação e suas finalidades, rio Ipanema e rio São Francisco para uma plateia animadíssima de estudantes de séries diferentes.
Um dos palestrantes, professor e escritor Clerisvaldo B. Chagas, discorreu sobre a estratégia de defesa ao rio Ipanema e o meio ambiente em geral, revelando como se organiza a AGRIPA e seu acirrado trabalho para que o santanense tenha melhor qualidade de vida.
O professor e escritor Marcello Fausto, falou sobre a importância do rio Ipanema como pai de Santana, o rio São Francisco e a urgente mobilização pela AGRIPA, estudantes e sociedade para novos caminhos na preservação da Natureza.
Ambos os palestrantes foram amplamente ovacionados pela plateia mirim, bastante atenta e participativa.
PACTO ENTRE GERAÇÕES PARA UM IPANEMA LIVRE.  Foto: Assessoria.
O cantor, compositor e poeta Ferreirinha fez delirar os estudantes ao cantar e tocar o “Xote dos Guardiões”, considerado como “Hino da AGRIPA e do Panema”. Imediatamente identificados com a melodia do xote, os alunos cenecistas acompanharam todo o desenrolar do cantor, assessorando com ritmo de palmas de mão.
“É das escolas de Santana que sairão os jovens guardiões valorizando e defendendo o rio Ipanema e seus afluentes” – falou o cantor Ferreirinha. “O entusiasmo da garotada faz com que chegue até nós a esperança da educação e da harmonia sertanejo/Natureza”, disse após, o guardião Marcello Fausto. A professora Dilma Gomes, entusiasta pelo meio ambiente, também tomou posse na AGRIPA, semana passada.
Nos próximos dias esses alunos farão acampamento no Rio Ipanema, guiados por outro guardião, cujo perfil é indicado pela AGRIPA para esse fim, o professor Ariselmo Melo.
ATENÇÃO E FOLIA COM O XOTE DOS GUARDIÕES. Foto: Assessoria.
Queremos fora do rio Ipanema trecho urbano: lixo, construções avançadas, cercas de arame, pocilgas, fossas, óleo, entulhos e muito mais. AGRIPA, Escolas e toda a sociedade exigem “O Pai de Santana”, limpo e cheio de vida como sempre foi. JUNTE-SE A NÓS.

“Por isso agora
O Guardião lhe convida
Para devolver à vida
Ao nosso velho Panema (Refrão)
E vê de novo
Aquelas velhas imagens
Bebendo nas suas margens
Lagartos, tatus e ema”





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