O SERROTE DO CRUZEIRO
Clerisvaldo B.
Chagas, 18 de abril de 2014
Crônica Nº 1171
SERROTE DO CRUZEIRO DE TRADIÇÃO RELIGIOSA. Foto: Clerisvaldo. |
No ano de 1900, para
celebrar a passagem do século XIX para o século XX, os santanenses fincaram uma
cruz de madeira no cimo do morro da Goiabeira e passaram a chamá-lo serrote do
Cruzeiro. Nessa ocasião, também era construída uma igrejinha/monumento, quase
no centro da urbe, com o mesmo objetivo.
Entre 1914 e 1915, como
motivo de promessa, um sargento por nome de Antides, casado com uma senhora da
ilustre família Rocha, chamada Hermínia, construiu uma capelinha no cume do
serrote, com abertura de picada, ternos de zabumba, feijoada para os
participantes e bastante animação. A igrejinha veio a ruir pelo abandono, na década
de 1960.
Nessa mesma década, o
deputado santanense Siloé Tavares, repetiu os feitos do sargento Antides, reerguendo
a capela em homenagem a Santa Terezinha. Pelo mesmo motivo da primeira, a
segunda igrejinha também não resistiu ao abandono.
Perto do final do
século XX, pela terceira vez a capelinha foi erguida por um grupo de pessoas,
dessa vez em estilo diferente e ainda hoje ali permanece.
Sendo o monte mais
simpático ao santanense, o serrote do Cruzeiro, de forma arredondada e cimo de
granito, recebe devotos e curiosos sempre em dias de Semana Santa. O imaginário
popular mostra marca do pé do menino Jesus na rocha viva; falam das tramas dos
poderosos de Santana e Lampião em conchavo no pé da alta cruz de madeira (a
atual é a segunda); comentam botijas escondidas em sua crista.
IGREJINHA NO TOPO DO SERROTE DO CRUZEIRO. Foto: Clerisvaldo. |
Quando o movimento
religioso estava no auge e no seu sopé, encenava-se a Paixão de Cristo
acompanhada por milhares de pessoas, poft. Ciúme de padre é pior do que ciúme de político. Um golpe definitivo no teatro ao ar livre que poderia ser atualmente muito maior do que o
do agreste de Pernambuco, nocauteou o entusiasmo da Camoxinga. A sociedade calou.
Os outros padres
perderam o fôlego e nenhum prefeito jamais teve a ideia de transformar o
serrote (um dos poucos pulmões verdes de Santana), em reserva ambiental. Ora, se as
pessoas que merecem não são reconhecidas, imaginem um pedacito da natureza: O
SERROTE DO CRUZEIRO.
·
Parcial extraída do
livro: O Boi, a Bota e a Batina, História
Completa de Santana do Ipanema.
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