domingo, 23 de abril de 2017

O RELEVO DE SANTANA DO IPANEMA



O RELEVO DE SANTANA DO IPANEMA
Clerisvaldo B. Chagas, 24 de abril de 2017
Escritor Símbolo de Santana do Ipanema
Crônica 1.666
Serra da Remetedeira em dia chuvoso. Foto: (Clerisvaldo B. Chagas).

Aproveitando o dia de hoje, Emancipação Política de Santana e, já havendo descrito a sua fundação, iremos falar sobre o seu Relevo.
“(...) Para efeito didático podemos dividir o relevo do município em duas porções:
A primeira porção. Compreende os contrafortes do Planalto da Borborema com elevações denominadas serras, parte do ‘Maciço de Santana do Ipanema’. Vista de longe, essas montanhas parecem muralhas barrando as fronteiras com o município de Poço das Trincheiras e Pernambuco. Entretanto, intercalando a sucessão dos elevados no sentido noroeste-nordeste, surgem espaços em forma de boqueirões, permitindo a suavidade do terreno. Serpentear de riachos da mesma vertente vai desembocar no captor de toda a bacia, o rio Ipanema. Esse maciço, desgastado pelos agentes externos vai recebendo denominações locais dentro do município: serras do Caracol, Pau Ferro, Gugi, Camonga, Macacos, Poço e outras elevações menores. Esses elevados com nomes de serras possuem altitudes respeitáveis para a região, como a Camonga, Gugi e Poço, com muito mais de 500 metros. O relevo serrano de Santana do Ipanema é rico em olhos d’água, boqueirões, vales e grotões. Sustenta umidade a barlavento e motiva chuvas orográficas ao longo do maciço. A serra do Poço apresenta cicatriz de tromba d’água na vertente sul, voltada para os sítios Pé de Serra e Marcela, ocorrida nos primórdios do município. A intensidade do desmatamento é contínua e visível ao longo de toda cadeia, o que vem prejudicando os seus mananciais. O pedregulho do extenso desgaste rochoso vai se acumulando nos sopés, entulhando córregos de periferia com lixiviação das chuvas torrenciais.
A segunda porção. Pediplano Sertanejo são terras planas e onduladas com as colinas entrecortadas de rios e riachos, semeadas de serrotes, cadeias de montanhas ou montanhas isoladas residuais. As elevações maiores são chamadas popularmente de serras e, as menores, de serrotes, no campo e mesmo as que circundam o núcleo urbano.
Essa segunda porção do relevo espraia-se em forma de leque dos sopés do Maciço em direção ao rio São Francisco. As serras em cadeia no meio do pediplano são mais altas do que as serras isoladas, mas não chegam à altitude anterior. Entretanto algumas surpreendem em altura como a serra da Lagoa e a do Cabeça Vermelha, entre Santana do Ipanema e o povoado Areias Brancas. São formações que também formam olhos d’água nos cimos e nos sopés. Serras e serrotes, bem como riachos e lagoas são pontos de referência importantíssimos no município em estudo. Além das serras citadas acima, surgem às elevações em torno da sede municipal como o serrote do Gonçalinho e ─ seguindo a direita com ele ─ os do Cruzeiro e Pintado; serras: Aguda, Remetedeira, Poço, Camonga e Macacos. As demais elevações do pediplano são serrotes que também batizam os sítios: serrote do Amparo, Angicos, Bois, Brás, França, Pintado, Serrotinho e Severiano”.
·         CHAGAS, Clerisvaldo B. Santana do Ipanema (Alagoas); conhecimentos gerais do município. Grafmarques, 2011.

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sexta-feira, 21 de abril de 2017

SANTANA, 230 ANOS DA FUNDAÇÃO (II)



SANTANA, 230 ANOS DA FUNDAÇÃO (II)
(Em duas crônicas)
Clerisvaldo B. Chagas, 22 de abril de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.665

SANTANA 230 ANOS DEPOIS. Foto: (Clerisvaldo B. Chagas).
Chega o padre Francisco José Correia de Albuquerque. Natural de Penedo, quando foi designado para essa região, já possuía fama de santo e milagreiro, além de visionário. Era estimado aonde chegava e suas previsões corriam mundo. O povo, com todo o respeito que havia chamava-o de Santo Padre Francisco. Era orador sacro arrebatador.
Ao chegar pela primeira vez à ribeira do Panema, ficou hospedado na casa do seu grande amigo, fazendeiro Martinho Rodrigues Gaia. Era o ano de 1787.
“O padre Francisco já trabalhara em outros lugares e viera designado para exercer as suas funções sacerdotais na região, porém, tendo como central dos seus movimentos religiosos, o arraial da margem do Ipanema. Na bagagem trouxera uma imagem de São Joaquim e outra de Santa Ana, diretamente da Bahia, a pedido da esposa do fazendeiro, Martinho Rodrigues Gaia, Ana Teresa, primeiríssima devota de Santa Ana nas terras da ribeira. Ainda a pedido daquela fervorosa cristã, o padre fez erguer uma capela onde antes era o curral de gado, cem metros a noroeste da casa-grande de Martinho Rodrigues Gaia. Além do terreno cedido para a capela, este fazendeiro ainda muito contribuiu para a sua construção. Por trás da capela o sacerdote  construiu também um abrigo para beatas. Ele mesmo dourou o altar e esculpiu em madeira a imagem do Cristo Crucificado. Terminado todo o serviço, o padre colocou, então, no altar, as imagens de São Joaquim, Senhora Santa Ana e o Cristo por ele confeccionado. A capela foi inaugurada em 1787, mesmo ano em que o sacerdote chegara ao arraial de mamelucos”

*Adaptado de RIBEIRO, Teotônio. Escorço biográfico do missionário apostólico, Doutor José Francisco Correia de Albuquerque, presbítero de do hábito de São Pedro, vulgarmente conhecido por “Santo Padre Francisco”, Penedo, Attelier, 1917.

ESTAVA, POIS, FUNDADA OFICIALMENTE A FUTURA CIDADE DE SANTANA DO IPANEMA, COM A CONSTRUÇÃO DA CAPELA EM 1787, PELO PADRE FRANCISCO JOSÉ CORREIA DE ALBUQUERQUE E SEU AMIGO FAZENDEIRO MARTINHO RODRIGUES GAIA.

Toda a região que se chamava Ribeira do Panema passou a partir da fundação da capela a ser apontada como “SANT’ANNA DA RIBEIRA DO PANEMA” com sede na capela do arraial e na casa da fazenda.
·         CHAGAS. Clerisvaldo B. Santana do Ipanema (Alagoas) Conhecimentos Gerais do Município. GrafMarques, 2011.
·         CHAGAS. Clerisvaldo B. O Boi, a Bota e a Batina, História Completa de Santana do Ipanema. Inédito.


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