domingo, 22 de abril de 2018

DANÇA DO COCO EM PIAÇABUÇU


DANÇA DO COCO EM PIAÇABUÇU
Clerisvaldo B. Chagas, 23 de abril de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.885
COPAÍBA. FOTO: (SF Agro Uol).

Notícia alvissareira, a reabertura da Cooperativa do coco, em Piaçabuçu, no Baixo São Francisco. Cooperativa que estava parada há 12 anos e recomeçou o seu trabalho em 2016. Com máquinas modernas e grande investimento, a cooperativa veio com tudo e trabalha a pleno vapor. A “Copaíba” produz 110 a 270 toneladas/mês. O número de empregados saltou para 52 pessoas e no campo pulou de 60 para 375 fornecedores, implantando emprego e renda na região. Trabalhando com todo tipo de coco, inclusive os que antes eram rejeitados no campo, como o coco nascido, rachado, sem água e pequeno, a Copaíba fez agregar valores ao produto para os fornecedores.
Assim a Cooperativa tem o papel de fornecedora para outras indústrias. A casca do coco e o quengo (parte mais dura) servem para fornecimento de energia à própria Copaíba. A pele marrom do coco vai se transformar em ração animal, óleo vegetal e farinha. O coco em si vai produzir o coco ralado, adoçado, com alto teor de gordura, baixo e médio teor, leite, óleo extra virgem, farinha pura e final... Totalizando oito subprodutos.
E se antes Piaçabuçu, penúltima cidade ribeirinha do rio São Francisco, adquiriu fama também com outra cooperativa da chamada pimenta rosa – considerada a melhor do Brasil e usada até em fabrico de cerveja – agora demonstra mais uma vez a força de vontade do povo da região para melhorar de vida.  Isso é um exemplo real para outros lugares onde os habitantes nem sequer se interessam pelo assunto: cooperativa. Preferem a vidinha medíocre de um trabalho envergado de meia hora, muita rede e aguardente.
O dinamismo da Copaíba tende a se estender por todo o litoral alagoano rico em coqueirais, mas que estava ou ainda se encontra com problemas de produção e vendas. Vários produtores já estavam abandonando o ramo do coco, pelas dificuldades encontradas. E se as paisagens dos coqueirais litorâneos já são belas, mais belas estão ficando com a minação de dinheiro por baixo das folhagens.
Que excelente exemplo de Piaçabuçu!
Ótimo lugar, sem dúvida alguma, para se dançar o coco.



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quinta-feira, 19 de abril de 2018


A SEDE ESTUDANTIL
Clerisvaldo B. Chagas, 20 de abril de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.888
 
Palestra na Escola Helena Braga. Foto: (Paulo César).
Ontem (quinta-feira) tive a honra de ministrar palestra na Escola Estadual Professora Helena Braga das Chagas, sobre a cidade de Santana do Ipanema. A princípio tive que optar por um dos três ou quatro trabalhos preparados para palestras. A história de Santana, no geral, é longa. Busca-se, então, um compartimento: a criação da cidade em seis blocos e sua expansão. O Rio Ipanema, beleza e dor ou mesmo a história iconográfica, lançamento recente. Resolvemos, pois, pelo último trabalho publicado em que o estudante pode apreciar os vários aspectos da sua terra, através de imagens legendadas e cronológicas. Para nós seria um teste de fogo como primeira apresentação do livro/enciclopédia “230” através de slides e logo diante de uma plateia juvenil bastante exigente. Como havia também um convite de outra escola com o mesmo propósito, achei que o primeiro teste estaria carente de nota.
Minha surpresa foi muito agradável em vê duas turmas normalmente agitadíssimas, comportarem-se como se estivessem diante das histórias da vovozinha. Comprovei no momento a imensa carência da história municipal entre professores e estudantes. O que estava previsto para 50 minutos, esticou-se para 1.hora e 30 minutos, encerrando-se aí apenas porque surgiu na telinha, o nome FIM. O trovão de palmas após a palestra foi caloroso, levando o palestrante à certeza da aprovação IN LOCO de um trabalho suado, guia e amoroso.
Não apenas ministramos palestras (atualmente mediante cachê), mas incentivamos à plateia à pesquisa.  Mas como alguém pode pesquisar alguma coisa sem incentivo? O estudante vibra quando um dia perdido no ano, é convidado para algum passeio, mas que não passa disso. Os professores ou não querem mais trabalho ou não têm condições de pesquisa de campo. E se professor não vai ao campo, por que o aluno iria? E assim morre a história da sua rua, do seu bairro, dos titulares das avenidas e do seu município. Onde estão a Geografia e a História da sua cidade, se não fazem parte do currículo? Dessa maneira vamos gerando analfabetos do próprio lugar.
A estudantada tem sede do Saber, mas quem garante sua água?
Autoridades pensem nisso.







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