quinta-feira, 2 de maio de 2019

O QUE É ISSO?


O QUE É ISSO?
Clerisvaldo B. Chagas, 2 de abril de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.103
(FONTE: AQUINA COZINHA)
                                       
Visitando uma comunidade serrana, fui recebido pelo líder, cuja residência me fez lembrar um palácio de personagens bíblicos. Notei muitas goiabeiras nos arredores e o líder confirmou que era o que mais havia por ali. Indaguei, então, porque não criar uma cooperativa incentivando o plantio da goiaba com uma fabriqueta de doce. Geração de emprego e renda para os moradores da serra e seus arredores. Goiaba no sertão dá até nos monturos e quintais. Várias mulheres trabalhariam na fábrica e homens também nas diversas atividades que exigem mão de obra. O líder comunitário desconversou, saí frustrado com a liderança sem frutos. Entretanto, essa comunidade é conhecida pelo vício da embriaguez, brigas e arruaças.
Visitando outras comunidades estive em um vale onde a água escorre dia e noite pela estrada, inverno e verão. Essa água é proveniente de fontes do alto de uma das serras. Nos arredores bebi água mineral dali mesmo e ouvi relato da maravilhosa qualidade do líquido. Cheguei a visitar sem profundidade os rochedos que cercam os olhos d’água. Perguntei, então, aos moradores se alguém já havia pensado em criar um “cintirão verde” naquele vale para abastecer, permanentemente, Santana do Ipanema de verdura. A resposta também foi evasiva, semelhante ao do líder comunitário do outro sítio.
Por fim, discorrendo sobre o potencial de determino povoado em relação ao caju, imaginei também uma fábrica de doce do produto que seria uma potência para o estado todo. Quantos empregos diretos e indiretos não seriam criados no povoado? Ora, presente estava um amigo, engenheiro agrônomo, que me disse mais ou menos por aqui assim: “Eu me ofereci para fazer funcionar essa ideia. Marquei uma palestra no lugar e não apareceu um só pé de pessoa”.
Então, a frustração de quem enxerga longe diante de quem nada vê, é muita doída. E quanto à reação indolente dos lugares apontados, ainda hoje estou tentando entender, mas como não sou especialista no assunto fico apenas matutando, pois, pensando mesmo é desgastante.
Ontem passou a procissão da Festa do Bairro São José, homem que nunca se escorou com trabalho...



                                                                                                   
                                                                                                  

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terça-feira, 30 de abril de 2019

PONTE DO URUBU (II)



PONTE DO URUBU (II)
Clerisvaldo B. Chagas, 10 de maio de 2019
 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.102
 Na crônica de ontem, mostramos o maravilhoso trabalho realizado na área da Ponte do Urubu. Pois bem, agora mostramos – como geógrafo e santanense – o que mais falta para complementar à obra do prefeito Isnaldo Bulhões. Ontem dissemos duas coisas: o asfalto no entorno e o plantio de 500 árvores no ambiente. Nada mais fácil.
No entorno da obra realizada escorre o riacho Camoxinga. Este possui uma passagem molhada sobre o riacho, a montante, que liga por dentro o Bairro Camoxinga ao Bairro Artur Moraes. Um pouco mais abaixo, a famigerada Ponte do Urubu. No trecho de aproximadamente 500 metros, o riacho Camoxinga construiu com o remanso do rio Ipanema e seu represamento toda a área que estamos falando. Formou-se ali uma pequena planície de areia fina e preta compactada, cerca de 15 metros de altura. Para ter acesso ao rio Ipanema, após a parte obstruída, o próprio riacho Camoxinga teve de escavar uma ravina que vai da passagem molhada até a sua foz. Hoje esse trecho serve de esgoto a céu aberto e de lixeira com direito a tudo. A situação piora por ser área complemento das feiras semanais.
O que precisa ser feito, então? Primeiro, uma ponte de vergonha no lugar da passagem molhada. Segundo, Muro de arrimo em ambas às margens do Camoxinga desde a passagem molhada, passando pela Ponte do Urubu, até a sua foz. Isso transformaria o trecho em canal, semelhante ao riacho Salgadinho de Maceió. Terceiro, duas opções para o canal depois de feito: deixá-lo sem cobertura ou cobri-lo. Sem cobertura o futuro canal ficaria a mercê de novo entulhamento com a areia marginal e o lixo incrível jogado no leito, além da fedentina dos esgotos e fossas que ali despejam. A opção de cobertura teria que ter um sistema de filtro antes da passagem molhada.
Estão aí às sugestões levantadas na área que enquanto não forem realizadas, a beleza da obra construída não será capaz de finalizar a repetição das multidões de Ponte do Urubu.
Mais uma vez (sem puxar saco de ninguém – expediente ridículo) parabenizo o arrojado e belo empreendimento do gestor Isnaldo Bulhões.
Quanto à continuação dos trabalhos que atenda o sugerido acima, somente o prefeito saberá responder.
(FOTOS: B. CHAGAS).

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