quarta-feira, 11 de março de 2020

PROFESSORES: OS PIONEIROS


PROFESSORES: OS PIONEIROS
Clerisvaldo B. Chagas, 12 de março de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.272



Nasceu Enéas Augusto Araújo Rodrigues em Santana do Ipanema, em 23 de setembro de 1856. Foi o primeiro professor da cidade, juntamente com sua esposa Maria Joaquina de Araújo, ainda no tempo de vila. Maria era natural de Águas Belas, Pernambuco. Conheceram-se em Maceió, em curso de Magistério, casaram-se e abriram escola em Santana. O professor cuidava dos meninos, Joaquina ensinava as meninas. A escola funcionava  na casa do próprio Enéas, localizada no Centro Comercial, onde funcionou posteriormente o Banco da Produção do Estado de Alagoas (PRODUBAN) e após, o Banco do Nordeste. Essa escola somente deixou de existir, com o falecimento do professor Enéas de Araújo em 1914. Morrera durante tratamento que fazia na cidade de Garanhuns, contando com 56 anos de idade.
Com a morte do esposo, a professora Maria Joaquina de Araújo mudou-se para Maceió em 15 de janeiro de 1915. Sua morte aconteceu aos 74 anos e 9 meses de idade, em 26 de dezembro de 1934.F
O professor foi deputado e senador o que no geral soma cerca de 11mandatos sucessivos. Era descendente de um dos fundadores de Santana e exercera a função de chefe político por 18 anos. Pertenceu a Guarda Nacional onde recebeu o título de coronel. Ficou conhecido como “coronel Enéas”, “senador Enéas Araújo” e “professor Enéas”. É homenageado duas vezes em Santana: A humilde via iniciada pelo comerciante José Quirino (Rua José Quirino) passou a ser Rua Prof. Enéas. E o largo do comércio onde morava recebeu o título de Praça Senador Enéas Araújo.
O trajeto desse grande homem santanense ficaria perdido se não fosse o pequeno livro escrito pelo seu neto, escritor Floro de Araújo Melo: “Senador Enéas Augusto Rodrigues de Araújo, meu avô”. Foi publicado em 1984 pela Editora Borsoi, Rio de Janeiro. O livro de 49 páginas representa uma relíquia para a história de Santana do Ipanema, especialmente nas áreas educacional e política.
* Joaquina e Enéas (Crédito: Floro Araújo).




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terça-feira, 10 de março de 2020

JATIÚCA/PAJUÇARA


JATIÚCA/PAJUÇARA
Clerisvaldo B. Chagas, 11 de março de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.271

JATIÚCA. (FOTO: B. CHAGAS)
Quem não gosta de andar nas praias, pés na areia e nas águas, sentindo o cheiro do mar? Azul em cima, azul em baixo, no cenário perfeito da Natureza. Manhã, logo cedo, Sol chegando no horizonte, reflexos fantásticos na superfície líquida, friezinha longe, desaparecendo. O balançar dos coqueiros na saudação ao novo dia e uma sensação expansiva de liberdade. Qualquer hora é propícia para se apreciar o panorama. Quem passa na praia em direção ao trabalho, aos seus afazeres, fica com vontade reprimida                      de um bom descanso nas areias. E se for na Pajuçara, na Jatiúca, onde o panorama feito pelo homem mistura-se à Natura, muito mais. Vamos embelezando a sequência: Jaraguá, Pajuçara, Ponta Verde, Jatiúca, Cruz das Almas... Litoral Norte, sem esquecer o falecido Gogó da Ema.
Não faz muito tempo assim, taxistas não aceitavam corridas para as proximidades desertas e perigosas da Jatiúca. Hoje a região parece metrópole, repleta de edifícios enormes com os mais variados fins. Investimentos maciços foram feitos, tanto públicos quanto privados. Quem passeia por aquelas praias, fica encantado com tanta beleza juntas, o que justifica o metro quadrado mais caro de Maceió. Não entendemos ainda, porém, porque a praia central da Avenida da Paz não mereceu essa atenção das autoridades. Outrora a praia mais frequentada da capital, ficou apenas com alguns bancos de concreto e uma fileira de coqueiros não bem cuidados. Onde está o segredo da discriminação?
Jatiúca é nome indígena e significa carrapato vegetal, carrapateira, mamona, que muito por ali proliferava. Pajuçara, tipo de palmeira da região. E Jaraguá, capim alto de cor ferruginosa.  
Voltando à Avenida da Paz, ainda em escanteio continua bonita. É bem verdade que o riacho Salgadinho que ali despeja, ainda faz medo como fonte poluidora, mas o lugar é de contemplação, facilitado pela proximidade do Cais do Porto. É bom para a alma contemplar o azul do mar.
Mesmo assim prefiro o pediplano e montanhas da minha terra, onde o mar não cheira, mas a caatinga exala o variadíssimo perfume sertanejo.
Retornei ao meu querido rio Ipanema.


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