JATIÚCA/PAJUÇARA
Clerisvaldo B. Chagas, 11 de março de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica:
2.271
JATIÚCA. (FOTO: B. CHAGAS) |
Quem não gosta de andar
nas praias, pés na areia e nas águas, sentindo o cheiro do mar? Azul em cima,
azul em baixo, no cenário perfeito da Natureza. Manhã, logo cedo, Sol chegando
no horizonte, reflexos fantásticos na superfície líquida, friezinha longe, desaparecendo.
O balançar dos coqueiros na saudação ao novo dia e uma sensação expansiva de
liberdade. Qualquer hora é propícia para se apreciar o panorama. Quem passa na
praia em direção ao trabalho, aos seus afazeres, fica com vontade reprimida de um bom descanso nas areias. E se for
na Pajuçara, na Jatiúca, onde o panorama feito pelo homem mistura-se à Natura,
muito mais. Vamos embelezando a sequência: Jaraguá, Pajuçara, Ponta Verde,
Jatiúca, Cruz das Almas... Litoral Norte, sem esquecer o falecido Gogó da Ema.
Não faz muito tempo
assim, taxistas não aceitavam corridas para as proximidades desertas e
perigosas da Jatiúca. Hoje a região parece metrópole, repleta de edifícios
enormes com os mais variados fins. Investimentos maciços foram feitos, tanto públicos
quanto privados. Quem passeia por aquelas praias, fica encantado com tanta
beleza juntas, o que justifica o metro quadrado mais caro de Maceió. Não
entendemos ainda, porém, porque a praia central da Avenida da Paz não mereceu
essa atenção das autoridades. Outrora a praia mais frequentada da capital,
ficou apenas com alguns bancos de concreto e uma fileira de coqueiros não bem
cuidados. Onde está o segredo da discriminação?
Jatiúca é nome indígena e
significa carrapato vegetal, carrapateira, mamona, que muito por ali
proliferava. Pajuçara, tipo de palmeira da região. E Jaraguá, capim
alto de cor ferruginosa.
Voltando à Avenida da
Paz, ainda em escanteio continua bonita. É bem verdade que o riacho Salgadinho
que ali despeja, ainda faz medo como fonte poluidora, mas o lugar é de
contemplação, facilitado pela proximidade do Cais do Porto. É bom para a alma
contemplar o azul do mar.
Mesmo assim prefiro o
pediplano e montanhas da minha terra, onde o mar não cheira, mas a caatinga
exala o variadíssimo perfume sertanejo.
Retornei ao meu querido
rio Ipanema.
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