CARTA ABERTA (Clerisvaldo B. Chagas. 8.2.2002) Geralmente o homem se educa em três fontes principais: em casa, na escola e na religião. P...

CARTA ABERTA

CARTA ABERTA

(Clerisvaldo B. Chagas. 8.2.2002)

Geralmente o homem se educa em três fontes principais: em casa, na escola e na religião. Para o preparo da longa jornada da vida, as absolutamente seguras são as de casa e a da religião. Ambas são fundamentais porque fortalecem o espírito para não haver desvios de condutas. Os mandamentos estão nessa base moral, generalizada. Mesmo com outras palavras, os evangelhos são aplicados em nós pelos nossos pais. Acontece que muitas vezes os filhos se desviam das frases ensinadas. O vício da embriaguez é trocado pela inveja (um dos males mais perigosos para quem o cultiva). O vício de fumar é substituído pela ambição desmedida. O do jogo, pela arte de semear pedras no caminho alheio (quem coloca pedras, nelas tropeça). As drogas saem, entra a omissão calculada. E a visão bela e transparente é trocada pela máscara escura e rude que se põe em reses bravias. Às vezes o Cristo sai da boca, mas não sai do coração, porque Jesus não habita no coração negro onde não há lugar para ele. E quando sai na boca, sai como o bom vinho misturado a água da sarjeta, sem valor algum. Os túmulos caiados confundem a sociedade, mas não enganam a Deus.
Um homem a quem Jesus entrega a candeia é acompanhado pelo Divino dia e noite. Infelizes os que ousam lhes arrebatar o fogo. É melhor acompanhá-lo na humildade (irmã da sabedoria) e no reconhecimento. É fácil conhecer os condutores da luz. É só atentar às mãos os frutos da semeadura. Quem distribui flores fica com o perfume nas mãos. Todos os que irritam o justo sofrerão suas penas. O supérfluo e as vaidades artificiais não se sustentam em pé por muito tempo. “Eu farei chorar os que te aborrecem”. Ninguém deve mexer no ungido por Deus, nem com bruxarias nem com artifícios infames; assim como não se deve aproveitar da viúva correta, do inocente ou da mãe desesperada. O grande taumaturgo do Juazeiro, dizia: “meu amiguinho, se já fez não faça mais...” E os que me entregaram; e os que me caluniaram; e os que me rejeitaram... Que são mais do que os que me omitiram, dos que me discriminaram, dos que me marginalizaram? Cegos como o desprovido de Jericó, não enxergaram o manto às costas do escolhido. Quanto mais o iníquo sopra a chama de um predileto, mas ela brilha. Um a um vi tombar os que me aborreciam, Senhor, quando na vida só ajudei a expandir à luz que me confiastes.
Agradeço ao colunista Malta pela sua inspirada recepção em coluna do Portal MALTANET, a minha chegada aquele site de origem santanense. É um prazer participar de uma plêiade comprometida com o engrandecimento da terra. Os diversos colunistas que colaboram com os mais variados assuntos, vão fomentando as letras na juventude que procura e matando a sede cultural dos internautas. Escrever com orientação divina é aspergir ouro em pó na humanidade (que alguns querem transformá-lo em cobre). Ninguém pode barrar a força do vento que na terra não existe similar. Unidos por Santana, a “Rainha do Sertão” merece. Rasguemos o envelope, deixemos a CARTA ABERTA.


NÃO ME FALE EM CAMINHÃO (Clerisvaldo B. Chagas. 5.2.2010) DO CD “SERTÃO BRABO, dez poemas engraçados” Eu era um matuto besta Morava no Tra...

NÃO ME FALE EM CAMINHÃO

NÃO ME FALE EM CAMINHÃO

(Clerisvaldo B. Chagas. 5.2.2010)
DO CD “SERTÃO BRABO, dez poemas engraçados”
Eu era um matuto besta
Morava no Travessão
Sonhava ser motorista
Porém cadê condição
Aprendi jogar bozó
Quase que fico zoró
Mas comprei um caminhão

Foi quinze dias colado
Sem encontrar nenhum frete
Mas um dia apareceu
Maneca de Zé pivete
Veio meu carro alugar
Mode o seu time jogar
Com o time da Marinete

O time e toda mundiça
Subiu na carroceria
Cinco entraram na boleia
Foi a maior correria
Atropelaram o pãozeiro
Derrubaram o xangozeiro
Pai de santo da Bahia

Corri pra o radiador
Botei água da bodega
Danei a chave no bicho
O peste quage não pega
Pra frente voou a tampa
Lascou a testa de Vampa
Cunhado de Joana Cega

Depressa tamo atrasado
Motorista da mãe Tonha!
Gritou um caboco forte
Com o rabo chei de maconha
Uma bicha venta torta
Me impressava na porta
Com a cara mais sem vergonha

O carro veio tremia
Quage que poca o pneu
Bem no miolo da rampa
Deu um estouro e morreu
A mãe do goleiro Maia
Quebrou o cordão da saia
Pulou de riba e correu

Bote o cepo Zé Ligeiro!
Berrei lá da direção
O fubek tava bebo
Meteu o fucim no chão
Nisso com sua mão tola
O cabrunco do baitola
Quase me arranca o travão

O dono do time tava
Com dor de barriga e gogo
Mas levantava a bandeira
Um carçolão cor de fogo
Quando a torcida mandava
O ponteiro esquerdo cheirava
Para dá sorte no jogo

Bem no descer da ladeira
Vomitou um desportista
Quebrou pedal, faltou freio
Deu cento e vinte na pista
O caminhão barrufava
Um doido em riba gritava
Empurra o pé motorista!

Uma velhinha banquela
Baforava doutro lado
Um fumo de corda bruto
Fedorento, desgraçado
Vi fumaceiro no mundo
Chutou dois tiro do fundo
Tava de fole furado

Pular do meu caminhão
Era essa minha ideia
Porém um macaco prego
Subiu no vão da boleia
Abraçou um crioula
Mordeu a mão do baitola
Ficou fungando na veia

O meu mundo veio abaixo
Com a barra da direção
Entremo duzento metro
Só de toco e cansanção
Caímo bem num chiqueiro
Matemo o rebanho inteiro
Quinze porca e dois barrão

Gandula quebrou a perna
Zefa perdeu o corpete
Ouvi dizer mate o cabra!
Fiz dois ou três cacoete
Do time fi duma égua
Corri mais de meia légua
Pra não entrar no cacete

Não quero ser mais choufé
Moro aqui no Travessão
Comprei um revólver taurus
Um cano grande do cão
Paguei caro a Zé Celeste
Prometo atirar num peste
Que me fale em caminhão

FIM

DOMÍNIO TRESLOUCADO (Clerisvaldo B. Chagas. 4.2.2010) Afeganistão , país montanhoso (85%) da Ásia Central, é um dos mais pobres e inóspitos ...

DOMÍNIO TRESLOUCADO

DOMÍNIO TRESLOUCADO
(Clerisvaldo B. Chagas. 4.2.2010)
Afeganistão, país montanhoso (85%) da Ásia Central, é um dos mais pobres e inóspitos do mundo. Seu clima é formado de verões quentes e invernos frios, caracterizando assim o tipo continental. Além da pobreza, o país, frequentemente recebe abalos sísmicos, já incorporados como castigos naturais por aquele povo tão sofrido. Afeganistão, cuja capital é Cabul, já recebeu várias invasões desde os tempos mais antigos. Atualmente produz o ópio que abastece os países da Europa.
Dizem que a primeira derrota dos Estados Unidos foi no Vietnã. É fácil entrar em qualquer país, difícil é sair. No Vietnã foram os nativos que deram o sangue pela sua nacionalidade, derrotando o gigante do norte, apesar da alta tecnologia. Não existem mais guerras de confrontos tipo exército x exército. As guerras atuais são pulverizadas em guerrilhas, principalmente pelos invadidos. Essa estratégia foi usada por Lampião que, para sobreviver com um bando respeitável, foi obrigado a dividi-lo em subgrupos de cinco ou seis homens. A antiga União Soviética não soube se espelhar na derrota americana do Vietnã e cometeu o mesmo erro invadindo o Afeganistão em 1979. Foi a guerra de um exército preparado para outro exército e não para enfrentar a guerrilha. Conflito longe da imprensa, pouco se sabia do palco da luta. Extenuados, os soldados soviéticos retiraram-se do Afeganistão derrotados após uma briga de dez anos. Os Estados Unidos ajudaram à guerrilha, inclusive tendo Osama Bin Laden como combatente. E agora, quanto tempo faz desde a invasão do Iraque? Quantos jovens iniciando a vida foram deixar seus corpos em solo iraquiano? Os Estados Unidos continuam na política de fomentar guerras contra outras nações contrárias as suas idéias. As montanhas do Afeganistão que derrotaram os soviéticos continuam as mesmas, engolindo mais rapazes da América. Mais da metade da população daquele país fugiu para outras nações. Entretanto, não faltam guerrilheiros determinados contra os invasores. Onde os Estados Unidos buscarão motivos para novas ocupações? Na Coréia do Norte? No Irã (que ele mesmo armou anteriormente)? Na Venezuela? Quando é que esse titã vai saciar a sua sede vampiresca? Até mesmo a ajuda ao Haiti, foi fantasiada de invasão militar arrogante como se fosse um alerta para países como o Brasil, tipo: “quem manda aqui sou eu!”
É de se lamentar tanta força dirigida para o nada. Para a ambição comercial e à tola vaidade que desequilibram as mentes. Enquanto isso se acumulam problemas que parecem insolúveis como a fome no Haiti, na Ásia, na África. Roda o mundo nas leis disfarçadas de quem pode mais. E poder não é para construir. Parte do planeta vive na era espacial, muitas fatias permanecem na Pedra Lascada. Sim, talvez se não fosse o império americano fosse outro: russo, chinês, indiano ou mesmo brasileiro. Criam-se tecnologias, mas continuam as intenções de DOMÍNIO TRESLOUCADO.