terça-feira, 18 de agosto de 2009

CIÇO DOIDO

CIÇO DOIDO

(Clerisvaldo B. Chagas. 18/19.8. 2009)

Nos anos 50 ainda havia bons carnavais em Santana do Ipanema. Além de dois clubes importantes, a população contava com as grandes brincadeiras nas ruas da cidade. Entre outras atrações nas avenidas como o corso, os blocos, as orquestras, destacavam-se também os bandos de caretas. Os caretas eram homens e adolescentes mascarados que saiam às ruas com um relho de couro com ponteira estalando e fazendo medo. (Em alguns lugares eram chamados “bobos”). Quando fomos sair de caretas pela primeira vez, tínhamos receio ainda de qualquer ação contrária. Na Rua Senador Enéas um careta enorme aproximou-se e nos perguntou o nome. Dissemos. Ele declinou o dele: “Ciço Doido”. Saímos juntos agora sem receios nenhum, protegidos por aquele bobo gigante. Percorremos ruas e mais ruas sempre à sombra de Ciço Doido que enfrentava tudo por nós. Cumprida a missão dos brincantes, retornamos ao ponto de origem satisfeitos, cheios de felicidades.

Vamos observando as injustiças desse mundo moderno, principalmente pela falta da consciência com o próximo. É de chocar mesmo a qualquer cristão, a impunidade de crimes gravíssimos quando são cometidos por autoridades. A polícia vai lá e cumpre o seu papel investigativo, a mídia toma conta do caso, mas os juízes fraquejam na execução da Lei. Se o homem é venal, não tem vocação para juiz. Se for medroso, não está no ramo certo. Não é o roubo descarado o pior de todos os crimes. Às vezes, nem o assassinato da brutalidade política. Mas o pedófilo só deveria sair da prisão se fosse mutilado. Castra-se o indivíduo e pronto. Deixe que aumente sem culpa o bloco dos homossexuais. (Nada contra). Ora, se em um país o ladrão tem a mão cortada. Tem a outra cortada em novo roubo, por que não se pode mutilar o pedófilo no Brasil? Não seria a lei de Talião; é a única maneira de deter um pedófilo, principalmente os que exercem altos cargos na magistratura. Crianças e mais crianças são aliciadas por esses monstros que quase tempo nenhum passam na cadeia. No retorno à sociedade continuam praticando a mesma ignomínia, acobertados pelas cabeças gananciosas de outros iguais a eles. A população fica estarrecida com as notícias dos jornais quase diariamente sobre casos de pedofilia. Homens feitos, barbados, avôs, autoridades, indignos e infames que abusam de crianças. Nada mais horrível, nojento, bárbaro e desumano. Mas o sem-vergonha sempre encontra proteção de outros da mesma qualidade e logo está à procura de novas vítimas. Os estupros praticados por médicos em seus pacientes são outras aberrações que deveriam ser punidas como o explanado acima. Quando se pensa que os casos de pedofilia, investidas e estupros de médicos são coisas raras, estão aí os jornais desmentindo a raridade.

As brincadeiras dos carnavais de ontem, tornam-se realidade nos picadeiros de hoje. Crianças e adolescentes queriam um colosso para protegê-los dos possíveis perigos externos. Agora o magnata tenta — com a maior cara-de-pau — um advogado, um juiz, um maleável para servir de escudo. E para defender o tarado, o maníaco, o monstro, nunca há de faltar nem agora nem amanhã esse tal CIÇO DOIDO.


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