terça-feira, 2 de abril de 2013

CHEGA DE AVISO



CHEGA DE AVISO
Clerisvaldo B. Chagas, 3 de março de 2013.
Crônica Nº 992

O amigo já deve ter percebido em repartições públicas, aquele cartaz avisando que ninguém pode ofender funcionários em seu trabalho. Cascavearam por aí, descobriram a lei, o artigo e outros detalhes e estamparam o bicho. Colegas de outras repartições acharam bonito, copiaram e pum! Quase que esfregam o papel no nariz do usuário. Esqueceram-se de colocar outro cartaz, que é o do próprio funcionário em ser atendido. Você não pode ofender a pessoa que lhe despacha, até porque, mesmo querendo, quando vê o aviso, engole a bucha calado. Quando falamos engole a bucha, é quando a dona da cadeira se acha no dever de lhe atender mal e de não respeitar adulto, crianças ou idosos. Pessoas que estão no lugar errado, mas por certo quase imploraram por aquele emprego. Encontramos essas funcionárias não com muita raridade. Muitas você já conhece, que são aquelas que ficam contando todo o capítulo da novela da noite anterior. Enquanto isso, você fica aguardando a sua vez como se fosse um fantasma para a atendente. E o pior é que você não gosta de novela, não acompanha novela, não quer saber de peste de novela.
O meu camaradinha é da opinião de que a pessoa deve aguentar tudo da parte das despachantes? Digo despachantes porque a maioria é mulher. Sem descriminação nenhuma, os homens, nas repartições são mais tratáveis. Será que temos que manter a linha da educação mesmo que a paciência esteja no limite? Será que elas pensam que todas as pessoas são de fino trato e imune às suas grosserias? Você já se deparou com uma dessas gostosonas metidas à dona do mundo, diante do birô? Pois, meu amigo, posso dizer sem medo de errar que paciência tem limite, mesmo com o tal cartaz advertindo à clientela. Foi assim que tive que virar barraqueiro, coisa que nunca havia acontecido antes. Um primeiro deslize, o segundo, o terceiro e, na quarta derrapagem não deu mais. Tive que "soltar os cachorros" porque ninguém é de madeira. A clientela baixou a cabeça e pronto. Depois, bem, depois vem aquele negócio indireto de mal educado ou de grosso, mas o importante é não se arrepender do que se diz. O cartaz é bom até certo ponto, mas o danado só tem uma via. Quer saber! CHEGA DE AVISO!


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