A POLÍTICA E O MACACO
Clerisvaldo B. Chagas, 30 de abril de 2013.
Crônica Nº 1009
No
ponto
de ônibus um senhor barrigudinho puxava conversa para matar o tempo. Entre os
diversos assuntos saiu este que achei interessante, apesar do baixo nível.
O rei leão havia convidado
todos os bichos para uma grandiosa festa de aniversário, menos o macaco. A
savana agitou-se numa animação danada! No dia assinalado, todos compareceram e
teve início a brincadeira animadíssima, coisa nunca visto por ali. O som da
festa chegava longe. Lá na portaria o único não convidado queria entrar de
qualquer jeito. O Javali – porteiro da noite – convencia o macaco a ir embora,
pois ele não trouxera o convite do rei leão.
Após muita conversa o porteiro, mandou chamar o elefante que estava
coordenando o evento. O trombudo chegou para resolver, o macaco não parava de
insistir para entrar e perguntou que discriminação era aquela, pois, pelo que
estava notando, somente ele ficara de fora. O elefante respondeu que ele,
macaco, não recebera a senha porque era muito sem vergonha e tarado e poderia acabar
a festa a qualquer momento; a não ser
que ele se deixasse castrar, como segurança. O macaco não pensou duas vezes e
mandou imediatamente fazer o serviço. O elefante, então, mandou que o tigre o realizasse. Palavra empenhada, após o ato da castração, o macaco embocou
no recinto e o elefante ficou aliviado. A festa estava uma maravilha, sem
confusão alguma quando lá para a meia-noite, houve um barulho medonho, belo
tumulto se formou e, o elefante correu lá. Simplesmente encontrou o macaco soltando
o ânus para uma enorme fila da bicharada. Perguntado pelo elefante, ele teria
respondido: “Que nada, bicho, não quero
nem saber! O negócio é fazer parte da festa!”.
O
barrigudinho, então,
explicou: “bem assim é a política”.
Ela vicia como o sujeito que não quer trabalhar e procura dinheiro fácil. Lá no
agreste, onde moro, um sujeito vendeu até a mãe para ser político e ficou de
esmola após várias tentativas, mas conseguiu ser vereador. Quando perguntei a
ele o porquê de tanta insistência, o político respondeu-me igualzinho ao
macaco: “O negócio é fazer parte da
fuleiragem!”.
O
ônibus
foi chegando, botei o pé no estribo e saí pensando sobre A POLÍTICA E O MACACO.
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