FOI NA HISTÓRIA GERAL, FOI EM SANTANA
Clerisvaldo
B. Chagas, 15 de agosto de 2018
Escritor Símbolo do
Sertão Alagoano
Crônica: 1.964
JURITI, a resistência dos últimos sapateiros. (Foto: Clerisvaldo B. Chagas). |
“Antes da Revolução
Industrial, as formas de produção predominante nas cidades europeias eram o
artesanato e a manufatura.
No artesanato as
tarefas eram feitas geralmente pela mesma pessoa. No caso de confecção de
sapatos, por exemplo, era o sapateiro que inventava o modelo, cortava,
costurava, colava o couro e dava acabamento. O artesão era dono da
matéria-prima e das ferramentas e conhecia todas as fases da produção; a
oficina ficava num cômodo da sua própria casa.
A partir do século
XV, com as Grandes Navegações e as conquistas de mercado na África, na Ásia e
na América, aumentou muito a procura por produtos europeus. Muitos negociantes
da Europa passaram, então, a reunir trabalhadores em grandes oficinas e a
oferecer-lhe a matéria-prima e uma remuneração pelo serviço realizado. Essa
forma de produção é chamada de manufatura. Nela, a oficina e as ferramentas pertencem
ao capitalista e ocorre uma divisão de trabalho, cada trabalhador realiza uma
parte do trabalho.
Depois, com a criação
de máquinas industriais movidas a vapor, ocorreram mudanças profundas. Cada uma
dessas máquinas substitui diversas ferramentas e realiza o trabalho de várias
pessoas. As pessoas foram deixando de trabalhar em casa, ou em oficinas e
passaram a trabalhar em fábricas para um patrão em troca de salário. Essa nova
forma de produção recebeu o nome de maquinofatura”
JÚNIOR, Alfredo
Boulos. História, sociedade e cidadania. FTD,
São Paulo, 2015. 3a. ed. Pag. 80.
Aqui, em nosso Sertão
velho de guerra, sentimos essa mudança a partir dos anos 60, em Santana do
Ipanema. Os sapateiros individuais foram convocados ao trabalho pelos patrões
capitalistas, deixando assim o artesanato e formando a manufatura. Havia várias
fabriquetas de calçados como a de Seu Elias, na Rua São Pedro; a de Seu Pim-Pim
em pleno centro comercial (onde foi após, as Casas Lima) e a de Seu Evilásio
Brito na Rua Barão do Rio Branco.
Sem querer falar mais
no leite derramado, todas fecharam e a nossa cidade perdeu a oportunidade de
ser no futuro um grande polo calçadista do País.
Haja ignorância no
mundo.
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