A FELICIDADE E O REI
Clerisvaldo
B. Chagas, 21 de agosto de 2018
Escritor Símbolo do
Sertão Alagoano
Quem não conhece uma
das versões sobre a felicidade e o rei? Para se falar em felicidade existem
bilhões de filósofos no mundo, é somente perguntar a um deles o que é aquilo e
a resposta logo vem. Talvez seja como as histórias do lobisomem que todos
acreditam, mas nunca viram. Gregos, egípcios, romanos, chineses, indianos e
tibetanos falam de tudo e cada qual vê a felicidade à sua maneira. Para tirar a
prova, certo rei que o povo inventa, resolveu estipular um grande prêmio para
qualquer pessoa da terra que provasse ser feliz. E não é que apareceram mesmo
vários indivíduos seguros que a danada morava com eles. Danada é força de
expressão, mas será que a felicidade dormia no mesmo travesseiro?
Pois bem, dizem que
inúmeros candidatos apareceram, mas diante das perguntas maliciosas do rei, os
pretendentes iam se retirando sem conseguir mostrar o diploma dado pela tal
Felicidade. E lá para as tantas a esperança estava com o último candidato. O
rei então indagou ao cidadão que estava muito confiante: “E então, meu amigo, o
senhor é mesmo feliz?”. E o cabra, mais animado do que pinto no lixo, começou a
desenrolar o carretel guardado: “Sou formado, bem casado, tenho filhos
maravilhosos, ganho bem, nunca tive necessidade de ir a um médico, como do
melhor, durmo relaxado e até os sonhos são belíssimos. Tenho minha casa
própria, bastantes animais na fazenda, saio e volto quando quero e nem uma
coisa do mundo me perturba. Posso dizer ao meu rei, que sou um homem feliz”.
O monarca ainda lhe
fez algumas perguntas, mas o homem continuava defendendo a maravilha em que
vivia. A multidão mesmo aplaudia aquele estranho, dando como certa a entrega do
prêmio prometido. Quando o interrogatório estava terminando, o candidato
estendeu a mão ao rei pedindo a recompensa. “Que recompensa?” Indagou o rei. Se
o senhor fosse de fato um homem feliz, não viria atrás do meu dinheiro. A
ambição lhe dominou e, um indivíduo ambicioso não pode ser feliz.
O homem se remexeu,
pensou rápido e deu razão ao rei.
E você, o que pensa
da felicidade?
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