REPENTISTAS
Clerisvaldo
B. Chagas, 24 de agosto de 2018
Escritor Símbolo do
Sertão Alagoano
Crônica: 1.971
Repentista
filosofando sobre seca no Piauí:
“Eu tava me
sustentando
De fruta de macaúba
Mas o galho ficou
alto
Eu não conheço quem
suba
De vara ninguém
alcança
De pedra ninguém
derruba”.
Repentista, após
receber bom dinheiro de prostituta, na feira:
“Muito obrigado dona
Pela paga verdadeira
Mal empregado esse
nome
Que lhe dão, mulher
solteira
Rapariga é essas
pestes
Que andam lisas na feira”.
Repentista recebendo
no prato dinheiro mínimo de um pobre:
“Parece que seu
Joaquim
Passou a noite no
mato
Com uma faca amolada
Tirando couro do rato
Deixou o rato sem
couro
Botou o couro no
prato”
Repentista Zé de
Almeida em Paulo Afonso:
“Já cantei com Manoel
Agora canto com Jó
Um é cobra caninana
Outro é cobra de cipó
Eu no mei me
defendendo
C’um taco de mororó”.
Repentista de ganzá,
cego Zequinha Quelé, do sítio Travessão, pedindo dinheiro na feira: “Perdoe,
ceguinho”.
A bacia do perdoe
Deixei lá no
Travessão
Sou homem não sou
menino
Todo ser é assassino
Só meu padre Ciço,
não.
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