SÓ NO LIVRO 230
Clerisvaldo
B. Chagas, 8/9 de maio de 2019
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Eu bem que avisei aos
santanenses que comprassem o livro “230”, quando fizemos um grupo de 100
adquirentes. Os prédios públicos históricos iriam desaparecer e só estariam
garantidos nas fotografias do citado livro/enciclopédia, para as gerações
futuras; É que nunca tivemos um serviço municipal de conservação histórica da
nossa arquitetura. A história de Santana não está toda destruída, graças ao
livro dos saudosos irmãos escritores Darci e Floro Araújo, “Santana conta a sua
história”; e os nossos: livro “230” (publicado) e o “Boi, a bota e a batina;
história completa de Santana do Ipanema”, (inédito). Agora é o prédio do antigo
Cine Alvorada que entra no sistema da marreta. Fotos enviados para o Face
mostram a fachada do Cine sendo destruída.
Assim o santanense
não encontra mais na sua cidade a Pedra do Barco, a igrejinha de São João, o
Casarão do Cônego Bulhões, o prédio do Fomento Agrícola, a calçada alta da
ponte, a original Praça Emílio de Maia, o prédio original do Cine Glória e,
atualmente, o original do cine Alvorada. Se não fosse trágico, haveria
gargalhadas de Internet: kkkkkkkk... Mas, sendo fatos verdadeiros da demolição
da história santanense, tudo que se exprimir é pouco. Fazer o quê? Agradeço
imensamente as escolas que trabalharam com o meu livro “Santana do Ipanema,
conhecimentos gerais do município” e que representa um resumo do “Boi e a
batina...”. Podem aguardar que ainda tem vários outros prédios que logo estarão
indo abaixo. Um deles já se encontra com os fundos no chão.
Quando um internauta
lamentou uma fotografia do antigo Cine Alvorada sendo destruído, logo outro
postou que o dono havia comprado, pagado e pronto. E tem razão essa afirmativa.
Se não temos lei nenhuma de conservação da nossa história, comprar e pagar
encerra o compromisso do cidadão comum com seus negócios. Aos intelectuais, aos
amantes da cidade, aos preocupados com o rumo da nossa evolução citadina, resta
o choro sentido dos tempos. Para a juventude da rapidez transformista, nenhum
sentimento de lembrança virá por que não existe saudade do que não se viveu.
Imaginem os fatos sem
nexo e sem passado, com história; e sem história danou-se tudo. Ô FUTURO
ENGOLIDOR.
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