GARRAFADA,
BOTICA E REZADOR
Clerisvaldo
B. Chagas, 26 de junho de 2020
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica:
2.333
A vida de Moreninho
daria um livro completo de casos e mais casos. Parecia o estadista inglês
Winston Churchill, chapéu coco e charuto à boca. Muito querido, foi o médico
((sem ser) da grande maioria da população santanense. Essa foi A época dos rezadores
e rezadoras famosas e garrafeiros famigerados. As rezadeiras (em algumas
regiões chamadas benzedeiras) eram sempre encontradas nos sítios e na
periferia da cidade. Já os garrafeiros,
não eram muitos assim. Tanto a rezadeira ou rezador quanto o garrafeiro ou a
garrafeira, conheciam sobrando ervas, raízes, madeira e folhas da caatinga. Prestaram
fundamentais serviços à população carente de doutores. Sobre parteiras e suas
habilidades, ladeavam-se nesse misterioso destino de curas e de recepção de
vidas.
Ainda hoje Santana é
carente de médicos. Conversamos com vários dentistas e doutores de Maceió.
Dissemos do progresso da cidade, pintamos tudo, mas sempre existiu uma evasiva
em todos os consultados. Médico da capital parece pensar que interior é a selva
amazônica. Daí batermos na tecla de primeiro conhecer todo o seu município,
depois, todo o seu estado, para poder conhecer o mundo. O balançar do ramo não
é tão raro assim, principalmente para quem adoece em final de semana se não for
para o hospital do SUS.
Algumas rezadoras e
rezador que partiram: Seu Francelino, Dona Lica e Dona Mocinha. Fica a nossa
homenagem.
FOTO: BARBATIMÃO/DIVULGAÇÃO
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