OS
CINCO NOMES DA TERRA SANTANENSE
Clerisvaldo
B. Chagas, 14 de maio de 2021
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.533
Como temos falado
bastante em Santana do Ipanema, podemos também esclarecer sobre seus títulos
anteriores, segredos ou detalhes importantes, despercebidos pelos filhos da
terra. E o bom santanense deve se esforçar para conhecer melhor a torrão em que
nasceu.
O primeiro nome da
região aonde escorria o rio Ipanema, em Alagoas, era chamada de Ribeira do
Panema. Leva-se em conta que a palavra “ribeira”, significa rio, pelo menos
em todo o Nordeste, assim como a palavra “barra” é usada em todo o Brasil como
“foz”, lugar onde um rio despeja suas águas. Essa denominação abrangente de Ribeira
do Panema, perdurou até 1787, antes da construção da capela que deu origem
à cidade.
É bom salientar que o
rio tanto é chamado Ipanema, quanto Panema. Esta é uma forma carinhosa e
popular em Santana.
Após a fundação da
capela que recebeu a imagem de Senhora Santana como padroeira, a região passou
a se chamar: Sant’Anna da Ribeira do Panema. Esta denominação foi de
1787 até 1836 quando Santana passou a Povoado Freguesia.
Quando Santana passou
de Povoado Freguesia à vila (1875) teve novamente alterada sua denominação.
Ficando nos anais Sant’Anna do Panema. Saiu o nome ribeira.
Desde Santana vila
(1875) até 1921, Santana cidade, escrevia-se Sant’Ana do Ipanema. Santana
perde um “N” e entra Ipanema pela primeira vez.
A partir de 1921,
elevada à cidade, Santana passou a ser chamada e escrita SANTANA DO IPANEMA.
Santana, devido à
Santana Ana, avó do Cristo.
Ipanema, água ruim,
salobra, na língua indígena Fulni-ô.
O Sertão alagoano foi
explorado através do rio São Francisco, quando os navios entravam pela sua foz
e subiam até Pão de Açúcar. Dali os sertanistas penetravam pela foz do rio
Ipanema, do rio Riacho Grande, Capiá, Traipu e outros que despejam no “Velho
Chico”. O Sertão foi habitado por criadores de gado em consórcio com a lavoura,
numa manobra autossustentável. As exportações e importações aconteciam através
do porto de Pão de Açúcar, guando frotas de carros de boi embarcavam e recebiam
mercadorias. A comunicação do semiárido com a capital, também só poderia ser
feita por navios na rota, São Francisco, Penedo, Oceano, capital. Não havia
estradas por terra Sertão-Maceió.
RIO SÃO FRANCISCO NO POVOADO BARRA DO IPANEMA, EM 1914. (FOTO: B. CHAGAS).
Caro escritor Clerisvaldo B Chagas, Há nesta crônica informes importantíssimo sobre a denominação de nossa (minha e sua) terra natal. Nunca que eu soubesse que só na denominação de 1921 em diante, o nome "Ipanema" aparecia. Já ouvi palestrante indevidamente referir-se ao termo como significado de "ÁGUA RUIM, IMPRESTÁVEL" é bom que se esclareça a quem vai discorrer sobre este termo, "água ruim, para beber" não é o mesmo que "água ruim imprestável" tem-se aqui uma ideia equivocada, como se a poluição já existisse desde o remoto tempo dos nativos. E sabemos que não é bem assim.
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