domingo, 30 de maio de 2021

 

SANTANA CIDADE
Clerisvaldo B. Chagas, 31 de maio de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.543



 

Santana do Ipanema foi elevada à cidade em 31.5.1921, através da Lei N. 893. Governava o estado de Alagoas, interinamente, o padre e ex-intendente de Santana Manoel Capitulino de Carvalho, e que no momento era senador.

Santana do Ipanema, já estava completamente preparada para virar cidade. Tinha igreja, Cadeia, Correios, Escola, banda de música, coletoria, calçamento, iluminação pública através de lampiões de óleo de baleia e sobradões que atestavam o prestigio de vila em franco desenvolvimento.

 Naquela ocasião, a grande novidade foi a chegada da luz elétrica através de força motriz. Houve um convênio entre um grupo de investidores e prefeitura e foi criada a Empresa de Força e Luz que a princípio funcionou com seu grande motor alemão à Rua Barão do Rio Branco. Depois foi construído o prédio em que hoje funciona a Câmara de Vereadores para atuar com a parte técnica e administrativa da Empresa. Um ano após a emancipação, Santana do Ipanema iniciou o fornecimento dessa modalidade de luz. Era a gestão de Manoel dos Santos Leite.

Postes de madeira distribuídos pela cidade nova, recebiam energia do escurecer à meia-noite. Bem perto das 24 horas, usuários recebiam o sinal que o tempo estava se esgotando: três piscadelas apagam/acendem.

Esse sistema elétrico, durou até o ano de 1959, quando o motor, já bastante maltratado foi à exaustão.

Assim, Santana do Ipanema passou quatro anos no escuro e só veio gozar da eletricidade total bem adiante, após muitas mobilizações da sociedade. Até mesmo desfiles noturnos com velas e lanternas invadiram as ruas de Santana. Foi criada a rádio clandestina Candeeiro que em todos os dias bradava a fúria do povo santanense por falta da luz. A população somente foi atendida em 1963, com energia de Paulo Afonso (BA). Governava Alagoas o major Luiz Cavalcante, como interventor.

Quanto a água encanada só veio chegar em Santana do Ipanema no ano de 1966 captada no rio São Francisco em Belo Monte. Daí em diante, todos os ventos sopraram em seu favor e a cidade Rainha do Sertão confirmava  o seu favoritismo em ser o polo do semiárido alagoano. Já foi chamada “Terra dos Carros de Boi” e Terra do Feijão.

Orgulho em ser santanense!!!

S ANTANA CIDADE (FOTO: B. CHAGAS).

 


 

 

 

 


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Um comentário:

  1. SANTANA CIDADE Caro escritor Clerisvaldo, fico a pensar no tempo passado, e constatar num misto de feliz e perplexo que nasci em tempos de escuridão, quando anoitecia em Santana. Sou do ano de 60. De 1959 a 1963, nem o motor funcionava mais. Lembro dos tangedores de burro a abastecerem as cisternas da minha e de outras casas. Talvez hoje se procurar se encontre numa calçada antiga uma argola pra prender o asisinino ou muar enquanto o dono estivesse naquela residência.ass: Fabio Campos.

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