Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.543
Santana do Ipanema foi
elevada à cidade em 31.5.1921, através da Lei N. 893. Governava o estado de
Alagoas, interinamente, o padre e ex-intendente de Santana Manoel Capitulino de
Carvalho, e que no momento era senador.
Santana do Ipanema, já
estava completamente preparada para virar cidade. Tinha igreja, Cadeia,
Correios, Escola, banda de música, coletoria, calçamento, iluminação pública
através de lampiões de óleo de baleia e sobradões que atestavam o prestigio de
vila em franco desenvolvimento.
Naquela ocasião, a grande novidade foi a
chegada da luz elétrica através de força motriz. Houve um convênio entre um
grupo de investidores e prefeitura e foi criada a Empresa de Força e Luz que a
princípio funcionou com seu grande motor alemão à Rua Barão do Rio Branco.
Depois foi construído o prédio em que hoje funciona a Câmara de Vereadores para
atuar com a parte técnica e administrativa da Empresa. Um ano após a
emancipação, Santana do Ipanema iniciou o fornecimento dessa modalidade de luz.
Era a gestão de Manoel dos Santos Leite.
Postes de madeira
distribuídos pela cidade nova, recebiam energia do escurecer à meia-noite. Bem
perto das 24 horas, usuários recebiam o sinal que o tempo estava se esgotando:
três piscadelas apagam/acendem.
Esse sistema elétrico,
durou até o ano de 1959, quando o motor, já bastante maltratado foi à exaustão.
Assim, Santana do
Ipanema passou quatro anos no escuro e só veio gozar da eletricidade total bem
adiante, após muitas mobilizações da sociedade. Até mesmo desfiles noturnos com
velas e lanternas invadiram as ruas de Santana. Foi criada a rádio clandestina
Candeeiro que em todos os dias bradava a fúria do povo santanense por falta da
luz. A população somente foi atendida em 1963, com energia de Paulo Afonso
(BA). Governava Alagoas o major Luiz Cavalcante, como interventor.
Quanto a água encanada
só veio chegar em Santana do Ipanema no ano de 1966 captada no rio São
Francisco em Belo Monte. Daí em diante, todos os ventos sopraram em seu favor e
a cidade Rainha do Sertão confirmava o
seu favoritismo em ser o polo do semiárido alagoano. Já foi chamada “Terra dos
Carros de Boi” e Terra do Feijão.
Orgulho em ser
santanense!!!
S ANTANA CIDADE (FOTO: B. CHAGAS).
SANTANA CIDADE Caro escritor Clerisvaldo, fico a pensar no tempo passado, e constatar num misto de feliz e perplexo que nasci em tempos de escuridão, quando anoitecia em Santana. Sou do ano de 60. De 1959 a 1963, nem o motor funcionava mais. Lembro dos tangedores de burro a abastecerem as cisternas da minha e de outras casas. Talvez hoje se procurar se encontre numa calçada antiga uma argola pra prender o asisinino ou muar enquanto o dono estivesse naquela residência.ass: Fabio Campos.
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