quinta-feira, 24 de setembro de 2009

BRASIL E O EQUILÍBRIO CIRCENSE

BRASIL E O EQUILÍBRIO CIRCENSE

(Clerisvaldo B. Chagas. 25.9.2009)

Para os professores de História de Santana do Ipanema

Honduras é um dos países mais pobres das Américas. Situado na América Central, banhado pelo mar do Caribe — porção do Oceano Atlântico — Honduras tem como capital Tegucigalpa e possui um distrito e 18 territórios. Esse belo país está sempre precisando de ajuda externa como as que chegam da União Europeia, do Japão e de Taiwan. Da sua exportação, fazem parte produtos como café, banana, camarão, lagosta, carne, zinco e madeira. É ela, a agricultura, a principal empregadora daquele território. Com sua população mestiça, o país sempre foi aliado dos Estados Unidos que ali possuíam bases militares contra guerrilheiros da região. Esse acordo, porém, foi revisto, não existindo mais as bases americanas.

A crise gerada em terras hondurenhas, não representa nenhuma novidade no cenário caribenho. A América Central sempre participou da brincadeira preferida pela região: colocar e derrubar ditadores. Se os Estados Unidos estão sem entusiasmo para intervir contra o golpista atual Roberto Micheletti, é que o presidente deposto, Manuel Zelaya, reza na cartilha do fura-penico da Venezuela. Por outro lado, o Brasil que vem sendo o novo protagonista no Planeta, tem mesmo que agir com o máximo cuidado e esperteza, por duas razões básicas. Primeira, prega sempre o diálogo antes da força. No caso atual não poderia fazer diferente para defender sua embaixada e seu incômodo hóspede; principalmente agora em que está havendo reunião da ONU, ali pertinho. Segunda razão, o Brasil também poderia intimidar Micheletti, deslocando tropas para águas internacionais próximas ao Caribe. Muito fácil, porém, se sabe que ninguém pode mexer no que os Estados Unidos chamam de seu quintal. Seria uma temeridade tomar decisões isoladas, principalmente de força. Por isso, talvez o Brasil, sabiamente, pediu a intervenção da ONU. A Organização das Nações Unidas é um poder legítimo e que já condenou as pretensiosas eleições articuladas por Roberto Micheletti (mais um caudilho para perpetuar situações de pobrezas e ditaduras do Caribe).

O Brasil tem o apoio global da atitude democrática que tomou em Tegucigalpa. Passou a ser a atenção do mundo. Para quem está pretendendo um lugar permanente no Conselho da ONU, é um excelente teste para a sua diplomacia externa. É hora de domínio da prudência e da habilidade. Domínio esse usado até agora. Isso faz lembrar circos grandes e pequenos em trânsito pelo nosso interior; a tensão e a expectativa da plateia quando os exímios artistas caminhavam por cima do arame. Àquele mundo encantado, colorido e alegre, também era um espelho mágico da realidade humana. Sob a lona amarela das bandeiras agitadas, aprende-se bastante. Vamos torcer para que o Brasil passe no teste do EQUILÍBRIO CIRCENSE.


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