A BARRACHA E OS PNEUS
Clerisvaldo B. Chagas, 8 de dezembro de 2017
Escritor Símbolo de
Santana do Ipanema
Crônica 1.798
ESTÁTUA AO SERINGUEIRO. BELTERRA (PA). Foto: (Rodrigo Bertolloto). |
O recolhimento de pneus velhos nas cidades,
por parte do governo estadual, é digno de louvor. Além de o pneu ser pesadão,
serve bem para o mosquito da dengue, entulho e lixo e, praticamente, para nada
mais. Entretanto, ainda não entendemos se o recolhimento acontece em todas as
cidades alagoanas e se existe um calendário para isso. O pneu velho tornou-se
matéria-prima importante para pavimentação.
E por falar em pneu, lembremos os primórdios
da borracha no Brasil. Foi a partir dos meados do século XIX que teve início na
região Amazônica a extração do látex, matéria-prima para a produção de
borracha. A seringueira, árvore da qual se extrai o látex, passou a ser alvo
dos exploradores.
O ciclo da borracha no Brasil estava ligado à
necessidade de produção para os mercados internacionais. Na época estava sendo
iniciada a indústria de pneus e de automóveis norte-americana e europeia.
A extração do látex trouxe grandes mudanças
econômicas e sociais. Inúmeros nordestinos migraram para a Amazônia para o
trabalho da borracha. As secas prolongadas no Nordeste e as promessas sobre o
látex atraíram famílias inteiras para a região da Floresta Equatorial.
O chamado ciclo da borracha teve seu declínio
com a exploração de florestas do sudeste da Ásia que tomaram o lugar do Brasil
na produção. Muitas famílias retornaram às origens, outras permaneceram no
lugar. Modernamente várias comunidades, empresas e órgãos governamentais atuam
na Amazônia de acordo com os princípios de desenvolvimento sustentável.
O
apresentado refresca um pouco a memória da história brasileira da borracha, o
valor dos pneus, o descarte correto por um órgão credenciado de recolhimento e
destino das carcaças.
Estamos ainda atrasados e sem opções no
recolhimento não só de pneus, mas também de pilhas e lâmpadas queimadas. O
nosso município sempre anda a reboque das medidas ambientais de proteção à
Natureza.
Pelo menos, abrem-se os olhos.
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