MIRANDO
CHÁCARAS E CASAS DE PRAIA
Clerisvaldo B.
Chagas, 26 de dezembro de 2017
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica
1809
Quando se pensa que a
bandidagem vai diminuir com o tempo, diante de jovens sem conta, assassinados de
várias maneiras, estatística alguma mostra redução. Assaltos, roubos e
assassinatos já fazem parte do cotidiano e ninguém sabe mais para quem apelar.
Polícia, Justiça, Educação e prisões parecem fazer apenas efeito contrário no
combate aos erros mundanos. Ninguém tem mais garantias de nada. Andar sozinho
pela periferia, sítios e fazendas, não é mais aconselhável onde centenas e
centenas de pessoas partiram para o banditismo. Tantos no interior quanto na
capital os constantes assaltos por condutores de motos, são constantes terrorismos
modernos. Deve ser muito cara e inacessível a fórmula para acabar a violência
geral que assola o país.
No interior os
marginais costumam aguardar suas vítimas nas estradas vicinais montados em
motos escondendo as caras nos capacetes. As chácaras são assaltadas, deixando a
insegurança aos proprietários quando muitos preferem vender o lugar de descanso
a enfrentar coisas piores. Vai o celular, o dinheiro, a joia e até mesmo as
poucas cabeças de ovelhas que ornam a paisagem do terreno. Pontos de venda de
drogas estão espalhados pelos sítios em diferentes lugares, notadamente, bares
e bodegas. Os pais estão apreensivos com a praga da droga no campo e muitos
enviam seus filhos para à cidade, tentando preservar seus bens mais preciosos. E
se os ladrões de gravatas infestam Brasília e as casas do povo por todo o país,
o que se pode mais esperar dessa juventude atraída pela maneira fácil de obter?
No litoral, as casas
de praia, com vigias ou sem vigias, sofrem também as ações dos inimigos do
alheio. Além da maresia, da despesa paga com vigilância, manutenção e limpeza,
os proprietários chegam à conclusão que possuir casa de veraneio não compensa.
Assim tentam vender o imóvel que o avisado não quer adquirir. O resultado dos
aluguéis por temporada que antes pareciam bons negócios, agora parecem não ser
tão bons assim. A surpresa do dono do imóvel em vê sua casa arrombada, deve
fazer um efeito desastroso e traumático, cuja solução é se livrar do patrimônio
e acampar de outra maneira. E se o castelo do mal estiver reinando somente
forças ocultas podem nos livrar dessas loucuras que ocupam em cheio o início do
século XXI.
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