terça-feira, 11 de setembro de 2018

FEIRA, O ENCONTRO DO POVO


 
PARCIAL DA FEIRA DE SANTANA. FOTO: (B. CHAGAS).

FEIRA, O ENCONTRO DO POVO
Clerisvaldo B. Chagas, 12 de setembro de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 1.981

Foi ainda no século XIX que a feira de Santana do Ipanema começou a funcionar aos sábados. O sábio conselho veio da boca do “santo padre Francisco”, um dos fundadores do município da Ribeira do Panema. Até hoje a feira funciona em dia diferente daquele assinalado como descanso, pelo mundo católico. Além do conselho cristão, o padre era visionário e sabia da dimensão futura da feira-livre e sua perenização. Não se sabe de nenhum contratempo que tenha tido a pretensão de mudança. As feiras dos outros municípios tiveram que concorrer com a de Santana, experimentando outros dias da semana, utilizando até mesmo o próprio domingo.
Com o passar do tempo, somente a feira do sábado não satisfazia nem a produtores rurais e nem a população local. Foi inventada, então, a feira da quarta como complemento da primeira. Como tudo deu absolutamente certo, ambas as feiras continuam até agora, início do século XXI. Não sabemos se ainda pela carência de produtos do campo, necessidade ou ambição comercial, quase todos os dias encontramos barracas espalhadas emendando ambas as feiras. Essa modalidade de comércio que vem desde os tempos medievais, não fica somente no interior. As capitais, mesmo com os seus mercadões com diversos títulos, também continuam com as feiras, sem prejuízo algum. Na capital, Maceió, encontramos a feira do Jacintinho, a feirinha do Tabuleiro e  a do Mercado da Levada que se tornaram permanentes.
É verdade que a feira é um local para ser administrado dia a dia pelos vários fatos novos que vão surgindo. Entre eles está o estacionamento de transportes coletivos e individuais. Entretanto, isso não deve causar nenhum transtorno se os administradores estiverem sempre atentos e dispostos às resoluções de problemas. Andar na feira, comprar na feira, encontrar-se na feira, para muitos é um prazer semanal causador de alegria. Outros não as suportam. Mas a feira é um fator de equilíbrio de preços entre a população e os tubarões.
Foi na feira do sábado passado, em Santana do Ipanema, quando os políticos na praça rasgaram o verbo.
Ô feiras abençoadas!

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