quinta-feira, 11 de abril de 2019

MANDACARU


MANDACARU
Clerisvaldo B. Chagas,11 de abril de 2019
                                               Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.089

MANDACARU. (FOTO: DO DESIGN - S)
O mandacaru é uma planta arbustiva, xerófita, nativa do Brasil, disseminada no semiárido nordestino. É chamado também de babão, cardeiro e jamacaru. O (Cereus jamacaru) é muito parecido com o facheiro, sendo este mais delgado, ambos com a mesma elegância de vigilantes das caatingas. Mandacaru vem do tupi (mãdaka’ru ou iamanaka’ru) que significa espinhos agrupados e danosos. É chamado babão pela gosma do seu fruto roxo que abastece os pássaros da caatinga e pode chegar até aos seis metros de altura. Suas folhas se transformaram em espinhos que formam a defesa contra animais herbívoros. O mandacaru é a marca registrada representativa da caatinga e está presente em todas as ilustrações sobre o semiárido.
O sertanejo planta palma forrageira para alimentar o rebanho, mas, durante os períodos de secas prolongadas, vale-se da planta selvagem mandacaru. Para isso corta as suas ramificações levando-as ao fogo para amaciar os espinhos e assim alimenta o gado bovino, caprino e ovino. O mandacaru, além de bem representar o sertão, também possui propriedades medicinais indicadas pelos matutos conhecedores dos poderes mágicos da flora nordestina. “Nasce e cresce no campo sem qualquer trato cultural. A semente espalhada pelas aves ou pelo vento não escolhe lugar para nascer”. Até em telhados de casas rurais e mesmo urbanas, a planta regista sua presença. O mandacaru é adaptado ao clima seco com quantidade de água reduzida.
Embrapa coletou mudas encontradas no entorno da capital do Rio Grande do Norte, para multiplicação por estaquia. A Embrapa Semiárido, em Petrolina (PE), está desenvolvendo a versão sem espinhos como material forrageiro, que já foi plantada em propriedades na Paraíba. No Ceará, Universidade Federal do Ceará (UFC), por meio do Centro de Zootecnia, desenvolve projetos numa reserva de 246 hectares em Tauá, também com algumas mudas da espécie sem espinhos”.
São inúmeras as histórias de Lampião e o pé de mandacaru. O seu belo porte inspira, poetas e outros artistas que não dispensam o jamacuru em suas obras. Quando deus permitir, publicaremos nosso romance: Deuses de Mandacaru.





















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