terça-feira, 23 de abril de 2019

SUBINDO O MONTE

SUBINDO O MONTE
Clerisvaldo B. Chagas, 24 de abril de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.097

SERROTE DO CRUZEIRO, EM SANTANA DO IPANEMA (FOTO: B. CHAGAS).
Passada a Semana Santa, paginando o Dia do Rio Ipanema (ideia nossa), estamos agora, 24, comemorando a festa da cidade de Santana do Ipanema, médio Sertão alagoano. Tudo no mês de abril. Para quem quer saber, abril tem 30 dias, é o quarto mês do calendário gregoriano e deriva do Latim Aprilis. Numa referência à germinação das culturas, Aprilis significa abrir.
Na sexta-feira e no Sábado de Aleluia, várias pessoas mantiveram a tradição em subir o serrote do Cruzeiro, nosso monte sagrado. Alguns subiram visando pagar ou fazer promessas. Outros, para fotografar do alto à cidade a seus pés. Matar a saudade, rever o panorama deslumbrante, conhecer ou relaxar são alguns motivos para botar os pés na vereda que leva ao cimo.
Ali, em cima da rocha aplainada, estar erguida a terceira capela no mesmo lugar das anteriores que não resistiram às intempéries. Além da capela, parte da pedra apresenta pequena baixa, onde se acumula águas das chuvas e serve à morada dos urubus. Lá por trás, avista-se o serrote Pintado que hoje faz parte da Reserva Tocaia. Na frente da capela abraça à cidade um cruzeiro (o segundo) erguido como marco da passagem do século XIX para o século XX. A capela homenageia Santa Terezinha, tendo sido erguida em 1915, como motivo de promessa, por um sargento de polícia chamado Antides. A segunda capela foi construída pelo deputado Siloé Tavares. A igrejinha atual é fruto de um grupo de pessoas abnegadas e tem estilo diferente das outas duas.
Mesmo não tendo prosperado o Teatro da Paixão de Cristo nas faldas do Monte, mas continua pelo menos a tradicional subida ao topo em rudes degraus e vereda de terra ladeada por capoeira que ocupa o lugar da mata original. Quem sobe o morro, sente uma paz suave e profunda no silêncio grande. E se não temos mais as multidões fervilhando por ali, mas temos ainda santanenses que não esquecem suas raízes e seus pontos históricos.
Ah! Subir a colina pelo menos uma vez na vida.
Meditação, melancolia... Êxtase.



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