COSTA
REGO E O CANGAÇO
Clerisvaldo B.
Chagas, 12 de agosto de 2019
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.160
COSTA REGO. (Foto: históriadealagoas.com.br). |
Pedro
da Costa Rego foi brilhante jornalista alagoano e filho do Pilar. Foi deputado
federal, secretário de estado e governou Alagoas de 6 de 1924 a 7 de 1928. Duro
e polêmico pegou uma época difícil e de muita violência no estado. Os chefes
políticos andavam cheios de capangas, sendo constantes as repercussões de
mortes. Costa Rego mandou desarmar e prender muitos desses políticos e famosos
bandidos das capangadas. Levou a sério o combate ao jogo do bicho, agindo com
mão de ferro. Além disso, ladrões de cavalos e desordeiros foram bastante
perseguidos no seu governo. No início do seu mandato, Virgulino Ferreira
começava a espalhar a fama de Lampião. O combate ao cangaço também foi uma das
suas prioridades governamentais.
Por
algumas passagens da história, vemos um governador nervoso, duro, polêmico e de
poucos diálogos. Foi acusado de desarmar a população que ficava assim, indefesa
contra as ações de cangaceiros. Desacreditando ainda da fama e do poder de
Virgulino Ferreira, respondeu duramente aos prefeitos que pediam socorro contra
os bandoleiros, indagando quantos Lampiões havia. Mesmo assim, chegou a
percorrer terras sertanejas vendo de perto estragos praticados pela caterva.
Esteve em Olho d’Água das Flores após a passagem desastrada de Lampião por ali.
Apesar da falta de melhores estratégias de combate ao cangaço, ficou famoso e
passou a ser decantado por repentistas, mestres de reisado e emboladores.
No
combate ao jogo do bicho, o poeta Chico Nunes, de Palmeira dos Índios, perdeu
seu emprego de cambista. O governante fez por merecer presencialmente a
seguinte estrofe do repentista:
“Existe
um governadô
Que se chama Costa Rego,
Que tomou o meu emprego
Porque o jogo acabou,
Isso me desmantelou,
Pois o destino assim quis.
A sorte me contradiz.
Eu fiquei desmantelado.
Largue de ser desgraçado
Seu Costa Rego infeliz”.
Que se chama Costa Rego,
Que tomou o meu emprego
Porque o jogo acabou,
Isso me desmantelou,
Pois o destino assim quis.
A sorte me contradiz.
Eu fiquei desmantelado.
Largue de ser desgraçado
Seu Costa Rego infeliz”.
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