A
VACA DA REMETEDEIRA
Clerisvaldo
B. Chagas, 25 de janeiro de 2021.
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.457
Ao
olhar os montes que circundam Santana do Ipanema, chegam até nós a impressão de
que foram formados de uma vez só há milhões de anos. Vista do serrote Pelado
(Alto da Fé), a cidade parece construída dentro de um vulcão extinto, pelo
menos é o que deixa transparecer o círculo de elevações em torno da urbe, mesmo
com vários intervalos entre elas. Nesse contexto aparece a serra da Remetedeira,
cujo nome estranho sempre intrigou a vontade da pesquisa. Para quem conhece a
região fica mais fácil entender. Podemos falar que a serra da Remetedeira tem
início na parte baixa do Bairro Floresta, exatamente à margem direita do rio
Ipanema, no poço do Juá, com a barreira onde se inicia a subida para o Hospital
Dr. Clodolfo Rodrigues de Melo.
A
serra tem início na barreira do Juá e vai subindo, passa pelo hospital, forma
um platô nas imediações e continua ganhando altura quando começa a circundar.
Alguns quilômetros à frente, atinge o seu pico no meio do círculo, visto da
região Oeste da cidade. Dali continua o seu círculo até que vai amainando a
altitude até chegar perto da BR-316, além do Bairro Barragem. É um percurso que
ainda sonhamos percorrê-lo totalmente e conhecer de perto o seu pico. Visto de
longe através de aparelhos, o cume da serra da Remetedeira é rochoso e
imensamente quebradiço pela constante exposição às intempéries.
Quanto
a denominação, contam os antigos que ali em um sítio vivia uma vaca que
procurava proteger a sua cria dando carreira em gente. Os habitantes do lugar
chamavam a rês de “vaca remexedeira”. Um
padre chegado à região, sabendo sobre a vaca remexedeira e o motivo, corrigiu o
português matuto do lugar dizendo que o correto seria “vaca remetedeira”, o
animal que arremete, que ataca com fúria. E assim, não somente a vaca, mas a
serra também passou a ser chamada: serra da Remetedeira, isto é, (serra da vaca
que arremete). Isso deve ter acontecido entre os Séculos XIX e XX.
Examine
a foto e confira a narrativa.
Vamos
juntos conhecê-la?
(FOTO:
CRÉDITO B. CHAGAS/LIVRO 230)
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