IMAGINANDO
A MATRIZ DE SANTANA
Clerisvaldo
B. Chagas, 26 de janeiro de 2021
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.458
Vendo
a imponente Igreja Matriz de Senhora Santana, temos que seja originária da
capela inicial, construída em 1787 pelo padre Francisco Correia. Na verdade,
foi uma parceria feita entre o fazendeiro Martinho Rodrigues Gaia e o padre
Francisco. Martinho fornecendo mão de obra e material de construção, o padre,
elaborando sua arquitetura, seus desenhos, seus altares. Imaginamos a esposa do
fazendeiro, primeira devota de Senhora Santa Ana, acompanhando e encorajando os
trabalhos da capela, cujo santos ela encomendara ao padre que os trouxe da
Bahia. O padre só inaugurou a igreja após esculpir o Cristo Crucificado com
suas próprias mãos.
Podemos
conferir que foi seguida a sua arquitetura na reforma que sofreu em 1900, pelo
padre Manoel Capitulino de Carvalho, futuro intendente de Santana e também
governador de Alagoas. Basta examinar uma foto antiga e de domínio público
mostrando a reforma da igreja ainda em preto e rodeada de andaimes. É comparar
com o desenho da igreja original e notar a sua semelhança. Nada mais sabemos
fora a data de inauguração da reforma e do mestre de obras denominado:
Francisco José Bias. A igreja de Senhora Santana só vai aparecer na história
com a significativa reforma já inserida em Santana/cidade, na segunda metade da
década de 1940. Mas, dessa vez temos apenas os nomes do padre Bulhões, como seu
reformador e seu auxiliar, padre Medeiros, após os problemas de saúde de
Bulhões.
No
caso dessa grande reforma que externamente até hoje perdura, não temos
conhecimento de quem teria sido, mestre de obras, engenheiro ou trabalhadores. Também
não sabemos com exatidão o material empregado fora o tijolo: argamassa, ferro,
cal, tipos de areia... Temos a ideia, porém, e a realidade da beleza única da
sua arquitetura, sem fugir aos desenhos originais do padre Francisco Correia. A
Igreja Matriz de Senhora Santana foge de todos os padrões dos templos católicos
ao longo do rio São Francisco, em Alagoas, a maioria com duas torres.
Atualmente a beleza e a pujança do edifício, destaca-se como o mais atraente
cartão de visitas do Sertão alagoano e um dos mais chamativos de Alagoas, senão
o maior de todos.
E
se o relógio quatro faces já não funciona, se os abençoados sinos não dobram
como antes, mas seu campanário não perdeu a sua mística e nem sua torre o
magnetismo dimensional entre Deus e os homens. Amém, amém...
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