O BARBEIRO DA TAIPA
Clerisvaldo B. Chagas, 24 de junho de 2022
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica:
2.722
A
descoberta de nova variedade do “barbeiro”, chega numa ocasião de variadíssimas
doenças no mundo. São doenças e mais doenças uma atrás da outra como se
estivéssemos mesmo no fim dos tempos, o que não duvidamos de maneira alguma,
pois tudo está diferente e mórbido no mundo após o arrastão do Covid 19 pelo
planeta. Até mesmo o próprio barbeiro de duas pernas desapareceu para dá origem
ao cabeleireiro. Ora, se nem os salões querem mais usar na fachada o nome de
“Barbearia”, por que o inseto barbeiro iria continuar de uma maneira só? Mas
isso faz pensar no tipo de habitação usada pela pobreza do Brasil inteiro que é
a casa de taipa. A casa de taipa é feita com trançados de varas, sendo cobertos
com bolos de barro jogados por cima.
Lembramos
da gestão passada, municipal, em Santana do Ipanema, quando surgiu um programa da
União para substituir todas as casas de taipa por casas de alvenaria. É que o
barbeiro, inseto hematófago, costuma se esconder, em copas de palmeiras, ninhos
de pássaros, cascas de pau, mas também nas frestas das casas de taipa, sem
reboco. Nos seus ataques ao ser humano causa a chamada “doença de chagas”
(homenagem ao seu descobridor) e que causa aumento de volume no coração. Mas, é
somente viajar pelo país para constatar a proliferação de casas de taipa, no
Sertão, no Agreste, no Litoral nordestino e em grande parte da região
Amazônica, principalmente. Onde está o programa brasileiro, então, e a verba a
ele destinada?
Quando
fomos tomar vacina no Posto São José, em Santana do Ipanema, uma senhora estava
se queixando que tinha o coração grande, logo interpelada pelo enfermeiro se
era coisa do barbeiro. Foi confirmado pela mulher que estava já em tratamento.
Em
dia de São João, notícias melhores poderiam alegrar mais a nossa gente, mas o
próprio festejo ficou restrito a um lugar para dança o os chamados shows de
famosos com dinheiro público, praga que domina o Brasil inteiro. Nem balão, nem
fogueira, nem outras coisas que caracterizam essa festa junina.
Quer
saber?
Esqueça
tudo, tome umas quatro e venha dançar antes que proíbam também o fungado no
cogote.
QUADRILHA
(FOTO: DIVULGAÇÃO)
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