CARTAZ
Clerisvaldo
B. Chagas, 28 de abril de 2023
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.874
Quando
uma pessoa focava famosa, muita falada... Era costume se dizer: “você tem
cartaz”. Todavia, desde os tempos de funcionamento do cine-Glória, à Rua
Coronel Lucena, que também a gente chamava o anúncio do filme ou do jogo do
Ipanema, de cartaz. Mesmo quando o cine-Alvorada, no centro da cidade,
substituiu o cine-Glória, a denominação do anúncio continuou sendo cartaz. Alguém
no cinema pintava uma espécie de compensado de cerca de 1,5 a 2m de altura
falando sobre o filme da noite. Outro alguém colocava o cartaz às costas e o
conduzia até o ponto estratégico chamariz: o poste da esquina do “Hotel Central”
de Maria Sabão, centro da cidade e vizinho à igreja Matriz de Senhora Santana.
Mas havia outro cartaz com os mesmos dizeres que ficava em um poste perto da
Churrascaria Maracanã.
Interessante
era que os cartazes ali colocados nunca foram vandalizados por ninguém. E por
aquele anúncio você decidia se iria ou não ao filme da noite. Afora os cartazes
dos postes, os cines também exibiam anúncio das próprias partes dos filmes nos
cartazes em papel de parede que eram vistos através das grades da porta do
cine-Glória ou através das vidraças do cine-Alvorada. De modo que quando
estávamos assistindo ao filme, costumávamos gritar “confere!”, quando a cena do
filme chegava à mesma do anúncio lá de fora. Ambos os cinemas eram ótimos,
correspondiam plenamente ao conforto esperado pelo usuário. Nada como um bom
filme mastigado com pipoca!
Quando
não estava no ponto o cartaz do cinema, estava o do futebol anunciado jogo. Era
Ipanema com o Ipiranga, com o CSA, CRB, CSE, Penedense, Capelense ou times de
Águas Belas, amistosos. Quanto de onde vinham os cartazes de jogos não sabemos.
Mas devia haver um profissional da pintura ganhando para isso. Colocavam o cartaz
de pé, no poste e passavam uma corda para amarrá-lo. Nos degraus das casas
comerciais perto do poste, os fãs do futebol estavam sempre sentados com as
resenhas da hora. Mas alguém pode alegar que um cartaz é apenas um cartaz. Pode
ser, sim, quando apenas olhado por esse ângulo. Todavia, pode representar uma
grande fonte de pesquisa que poderia ajudar a desenvolver a narrativa da
história.
NOTE
O CARTAZ NO POSTE DE ESQUINA. CENÁRIO DOS ANOS 60, COM PARTE DO “PRÉDIO DO MEIO
DA RUA” E DO ‘SOBRADO DO MEIO DA RUA’
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