AS
PEGADINHAS
Clerisvaldo B. Chagas, 24 de agosto de 2012.
Crônica Nº 849
Visitando pessoas amigas,
ficamos diante da televisão, quando o pessoal da casa procurava assistir as
pegadinhas. Confesso que não sou chegado a essa programação. Acho um absurdo
deixar as pessoas em situações vexatórias para deleite do senhor apresentador e
sua turma. Foi aí que uma pessoa daquela família disse que havia umas
pegadinhas muito melhores. Quem quisesse se divertir seria bastante ligar no
Guia Eleitoral e pronto. E assim foi feito. Até o menino da casa correu para
mudar o canal e também participar da brincadeira. E não deu outra. Um desfile
de figuras bizarras apresentando-se e pedindo votos. A cada uma das que se
apresentava, a plateia apontava os defeitos, rindo escandalosamente. Até
candidatos vestidos de palhaços havia, dizendo chavões, gargalhando e
desmoralizando mais ainda o nosso sistema eleitoral. Dava a impressão de que
pouquíssimos daqueles elementos teriam condições de fazer alguma coisa que
preste, no cargo em que iriam exercer.
Enquanto o povo reclama dos
maus políticos e se movimentou para o caso do ficha limpa, continuam as
brincadeiras. Atraídos pelo salário de um vereador, a mistura social de tipos
interessantes vai tentando chegar ao paraíso do dinheiro fácil. Não se fala
mais em trabalhar, o negócio é ser político de qualquer jeito. Os que têm
algumas economias vão gastando por conta, na certeza que tem dinheiro de sobra
nos caixas das Câmaras Municipais. Nas ruas também, muitas músicas péssimas
atormentam a população, desde as oito horas da manhã, numa latomia sem fim. É
um desfile insuportável de sons de toda altura, sem regras nenhuma. Às portas
dos candidatos, pelo menos no interior, famílias inteiras tiram plantões aguardando
o dono da propaganda para as famosas explorações de campanha. Alguns candidatos
de primeira viagem, vendo tanto gente a pedir e suas músicas a bradar, apostam
que estão eleitos e vão distribuindo seus recursos na campanha. Muitos não sabem
nem ler corretamente, mas querem ser grandes representantes e fazedores de
leis.
Sem encontrar no momento, nada melhor para
fazer, o povo continuará com esses representantes bizarros que ora proporcionam
AS PEGADINHAS
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