XINGÓ E XINGU
Clerisvaldo B. Chagas, 29 de agosto de
2012.
Crônica
Nº 852
Retorno ao trabalho. (Divulgação/Norte Energia). |
O
Xingó e o Xingu parecem
nomes associados à energia quando o homem resolveu colocá-los nas vibrações
modernas. Simpáticos nomes indígenas que seriam apenas denominações exóticas e
não lembrados se não fossem dirigidos para o futuro. E mais uma vez os
estudiosos partem dos recantos longínquos esquecidos para seus projetos
futuristas e mirabolantes. Xingó é um bairro da cidade ribeirinha de Piranhas,
em Alagoas. Sofreu grande transformação ao receber os canteiros para a
hidrelétrica que levaria o seu nome. Xingó, então, passou a ser também a
denominação da usina hidrelétrica, do rio São Francisco entre Alagoas e
Sergipe. Com capacidade de 3.162 MW, é a quarta maior usina em operação no
Brasil. Sua barragem tem 140 metros de altura e um reservatório de cerca de 600
km2 de área inundada. Xingó foi construída com início em 1994,
tornou-se motivo de curiosidade nacional e, atualmente, representa o centro de
um polo turístico que já teve início. Sua região está associada ao cangaço,
pois foi por ali onde o célebre Lampião vivia seus últimos meses, foi
surpreendido e morto. A beleza paradisíaca da região “sanfranciscana” juntou-se
às histórias do cangaço para reforçar o turismo.
No
rio Xingu ─ um dos
maiores do Brasil ─ continua a polêmica sobre a construção da hidrelétrica de
Belo Monte. Em Altamira, no sudoeste do Pará, três canteiros de obras estão
sendo erguidos. Justiça manda parar, Justiça manda seguir. Todos têm
consciência do impacto ambiental, mas, segundo uma ala, o Brasil precisa de
mais energia para continuar o seu desenvolvimento. Outros gritam que a
hidrelétrica deveria ser substituída por outros tipos de energia limpa com
menos impacto sobre a Natureza. Entre trancos e barrancos, Justiça e Justiça,
protestos e protestos, o governo vai levando adiante o seu plano miraculoso e
salvador da pátria. Ontem, os trabalhadores que estavam parados, voltaram às
atividades. São cerca de 10 mil funcionários dançando entre o Poder Judiciário
e os índios do Xingu. “O projeto tem grande oposição de ambientalistas, que
consideram que os impactos para o meio ambiente e para as comunidades
tradicionais da região, como indígenas e ribeirinhos, serão irreversíveis”.
O
assoreamento do rio
São Francisco e a hidrelétrica de Xingó acabaram com os peixes do “Velho
Chico”. Ninguém tem dúvida de que o mesmo será o destino de Xingu, região da
hidrelétrica de Belo Monte. Dois nomes irmãos e parecidos com o mesmo destino:
XINGÓ E XINGU.
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