EXCURSÃO
ARRETADA
Clerisvaldo B.
Chagas, 17 de agosto de 2012.
Crônica
Nº 844
Praia de Iracema. (Fonte: fabiobatera) |
Antes de amanhecer o dia, nós, concluintes da 8º
Série, estávamos num ônibus alugado, defronte ao lugar chamado “Toca do Pato”.
A Toca, sorveteria antes chamada “Pinguim”, ficava no Bairro Monumento,
defronte a igrejinha de Nossa Senhora da Assunção, onde foram expostas as
cabeças dos cangaceiros mortos em Angicos. Havíamos trabalhado o ano inteiro,
fazendo diversas promoções para arrecadar o necessário ao passeio estudantil. O
destino era Fortaleza, onde deveríamos passar três dias conhecendo a terra de
Alencar. No comando estava o professor de Português, bancário Antônio Dias, o
que nos assegurava boa recomendação dos pais. La fora caía uma garoa e as
meninas iniciaram logo uma cantiga em voga que dizia: “cai, cai, sereno, devagar, meu amor está dormindo...”. Fomos pelo
litoral e voltamos pelo interior. Pernoitamos no centro do Recife, tomamos
banho em João Pessoa, na praia de Tambaú e dormimos em Natal. Pela madrugada
fizemos uma seresta em lugar de alvas areias e lajeiros, aguardando o amanhecer
em Fortaleza. Ficamos hospedados à Rua Senador Pompeu, num hotel de gente
alagoana, radicada por ali há muito.
Nos três dias na capital cearense, conhecemos tudo
que foi possível, sempre levados pelo motorista do ônibus, um galego, que a
princípio nos pareceu muito chato. Depois da amizade feita, uma beleza!
Acostumados com as belezas naturais de Alagoas, fazíamos sempre comparações.
Dois lugares visitados foram o mercado modelo e a praia de Iracema. O que mais
me impressionou foi à limpeza da cidade, que mostrava muito bem o cuidado dos
seus habitantes. Dali, viajamos rumo a Mossoró, atravessamos um trecho enorme
completamente desabitado, cuja vegetação não passava de garranchos em torno de
dez ou quinze centímetros de altura. Finalmente adentramos ao Juazeiro, com uma
bela vista do Vale do Cariri. Conhecemos todos os lugares visitados pelos
romeiros, depois fomos dar uma volta pelo Crato, cidade onde almoçamos. Não me
lembro de termos visitados outros lugares interessantes. Quando retornamos a
Santana do Ipanema, bem que havia sobrado dinheiro da excursão. Escolhemos um
destino para aplicar o resto da verba e ficamos eufóricos com o passeio, ainda
por muitos dias, fazendo inveja às outras turmas do Ginásio Santana.
Após o passeio a Fortaleza, cada um seguiu seu rumo na vida,
procurando um 2º Grau em centros como Maceió, Recife e outros. Hoje, sexagenário,
vamos recordando vez em quando essa EXCURSÃO ARRETADA.
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