CAJUS DO SERTÃO E O POLÍTICO
PESTE
Clerisvaldo B. Chagas, 27 de janeiro de 2015
Crônica Nº 1.353
Foto: (marluce-erem.blogspot.com) |
Coisa
saborosa no sertão de Alagoas é o caju amarelo. E se ele for do povoado Areias
Brancas, é feito de mel.
O cajueiro (Anacardium occidentale) pode ser anão,
com até quatro metros de altura ou gigante que pode bem passar dos cinco metros
e, em condições propícias, chegar aos vinte.
Chamado pelos índios de “acayu”, esse fruto é
riquíssimo em vitamina “C” (mais de que a laranja), contém vitamina “A” e do complexo
“B”, e ainda é rico em proteínas, lipídios e carboidratos; fonte de cálcio,
fósforo, ferro, zinco, magnésio, fibras, gorduras insaturadas e niacina. As suas
propriedades trazem enormes benefícios à saúde.
Até a casca do cajueiro se apresenta como
medicinal. O tronco produz uma resina amarela, goma do cajueiro, que pode
substituir a goma arábica e é usada na indústria do papel e farmacêutica.
As flores têm propriedades tônicas. A seiva produz
tinta e a raiz tem propriedades purgativas.
Cajueiro, um verdadeiro achado.
Os índios brigavam pela coleta do caju. Os negros
escravos doentes ficavam meses sob os cajueiros do litoral para à cura de
problemas bucais.
Mesmo assim, com essa fonte nutricional riquíssima
ainda se desperdiçam cajus no sertão que ficam aos montes apodrecendo no chão,
enquanto parte do mundo passa fome.
No sertão, porém, o caju vermelho não é tão
apreciado quanto o amarelo. Em dez cajueiros vermelhos ou mais, aparece um caju
de sabor razoável. O bicho é azedo que arripuna!
Em outras regiões, como o agreste e o litoral o
caju vermelho concorre facilmente com o caju amarelo.
O certo é que os areais de solo raso do sertão, não
favorecem muito essa espécie Anacardium. O caminhante passa sob os cajueiros de
frutos vermelhos e nem sequer estende a mão para apanhá-los, fazendo trejeito
de repulsa na boca e no pescoço.
Um matuto do sítio Pau Ferro dizia que o mau
político, o safado, o mentiroso, o corrupto, o ladrão da merenda das crianças,
do bem estar da saúde pública, enfim, o político peste, é tão repulsivo quanto
os cajus vermelhos do sertão. A única coisa perfeita que eles carregam é a
castanha no lugar exato.
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