CAVALOS, TOUROS E
VAQUEJADAS
Clerisvaldo B. Chagas, 16 de janeiro
de 2015
Crônica Nº 1.347
Foto: divulgação (www.raça-cavalos.com) |
Vendo a pressão para se acabar com a “farra
do boi” (tradição em Santa Catarina) e a “procissão de carros de boi”, em
Goiás, ficamos aguardando também a mesma pressão sobre vaquejadas nordestinas.
Lembramos de que mais ou menos na faixa entre
1960 e 1970, havia ainda no sertão alagoano, a tradição dos divertimentos de início
do século XX. Corridas de cavalos, brigas de touros e corrida-de-mourão que
depois caiu no genérico de vaquejada.
Não havia acompanhamento veterinário e os
três esportes alimentavam públicos específicos com apostas avultadas. No
povoado Pedrão (é), por exemplo, hoje pertencente ao município de Olho d’Água
das Flores, as corridas de cavalos aconteciam na lagoa que ficava por trás do
casario durante o período seco. Na cidade de Santana do Ipanema, foi realizada
por certo tempo, numa chã do sítio Barroso, onde atualmente é o cemitério São
José, a cerca de três quilômetros do centro. A população subia as colinas da
Camoxinga alta e comparecia às corridas. Sem nenhuma proteção o povo aglomerava-se
em pé, em duas alas da pista improvisada. Em uma dessas corridas, o cidadão
Jacinto Vilela faleceu após uma peitada de cavalo. A morte do senhor Jacinto
causou impacto na sociedade e extinguiu-se aí mesmo a tradição do esporte sertanejo.
As brigas de touros, promovidas para as
fazendas rurais, também rendiam apostas milionárias entre os aficionados.
Desapareceram como iniciaram.
Quanto à corrida-de-mourão, esta se espalhou
por diversos lugares e conta com calendário anual em cidades sertanejas como
Cacimbinhas, Dois Riachos e Olho d’Água das Flores. Em Santana do Ipanema foi
construído o parque de vaquejada no Bairro Camoxinga e arrebanhava bom público
para os seus espetáculos. Após alguns anos, o local do parque foi loteado e não
se encontra marca nenhuma da sua existência. Tudo foi transformado em ruas que
hoje contam com pavimento em paralelepípedos. É a região que tem como ponto de
referência mais ou menos o Centro Bíblico, católico.
Essa é mais uma crônica para a juventude, pesquisadores,
TCCs e outros bichos.
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