O MATUTO DAS BANANAS
Clerisvaldo B. Chagas, 8 de janeiro de 2014
Crônica Nº 1.341
Foto:( jumento e muar.blogspot.com) |
Quando vamos tomando conhecimento do que
acontece em nosso país, em todas as áreas, principalmente na Saúde e Educação,
ficamos estarrecidos. É aquela senhora que tem que dá à luz nos corredores da
maternidade, na calçada, no meio da rua, pela falta de assistência; é a criança
que retorna da escola de barriga vazia; é o meio de transporte urbano
empaiolado, sem o mínimo conforto a ninguém; é a diferença gritante entre o
salário de um professor e de um vereador, um deputado, um senador e à Justiça.
É o acúmulo temporal da corrupção arrancando na marra o dinheiro do contribuinte
e todas as mazelas que nem cabem mais nas páginas da Imprensa. São essas coisas
sufocantes e viciadas do dia a dia que fazem lembrar à safadeza da anedota.
No interior, policias fizeram um piquete na
estrada contra armas de todos os tipos. (O matuto, geralmente, gosta de andar
com sua faquinha de lado). Mas, os militares estavam com raiva e não deixavam
passar ninguém sem a revista. No meio deles estava um soldado sádico que apreciava
torturar os cidadãos mais humildes. Não ficava transeunte que não fosse
revistado e arma que não fosse apreendida. De repente um caboclo tangendo um
burro com uma carga de bananas também é parado. Os policiais não encontram com
ele arma nenhuma. Então, o soldado maníaco, para se vingar por não ter
encontrado sequer uma peixeira boa para tomar e vender adiante, procurou
vingar-se do matuto. Mandou que ele tirasse as calças e passou a introduzir as
bananas da carga no caboclo.
Com a atitude do soldado, o matuto ria que
fazia gosto, as novas ações introdutivas do homem de farda. Ao soldado, a
frustração do castigo em efeito contrário. Então a autoridade indagou ao matututo
se ele era gay ou coisa semelhante
que tanto ria com essa inusitada forma de tortura. Ao que o caboclo respondeu
ainda quase sem conseguir parar o riso: “Não
é nada disso, capitão, é que meu compadre vem aí atrás com uma carga de abacaxi”.
Ô vida marvada!
Contaram isso para o padre da freguesia. Ele
não ensaiou o menor riso, mas disse, apontando o dedo para cima: “É meu filho, você tem razão, o matuto das
bananas representa o POVO”.
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